Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) já admitem a possibilidade de o julgamento da denúncia do caso do mensalão não terminar na próxima segunda-feira. Certamente não terminará hoje. Possivelmente na segunda e provavelmente na terça. Essa é uma indagação que também eu me faço, disse o ministro Celso de Mello.
Para ele, a demora se deve alta complexidade da matéria, pelo número elevado de denunciados. O ministro afirmou que o julgamento tem sido uma maratona física, um torneio intelectual e um exercício de alta responsabilidade.
O ministro explicou que são matérias extremamente delicadas e complexas, que demandam muito debate. A maratona continua hoje com mais discussões, mais temas suscitados pelas defesas dos próprios denunciados.
Sobre a metodologia de apresentação do voto do relator Joaquim Barbosa, por itens, seguindo a estruturação da denúncia do procurador geral da República, Antonio Fernando Souza, escrita em blocos, Celso de Mello disse que o objetivo foi estabelecer um procedimento racional
Acho que esse formato permite uma discussão mais aprofundada e uma compreensão mais abrangente da matéria e possibilita que cada juiz do tribunal estruture seu voto em função exatamente dessa opção escolhida pelo ministro relator e que me parece extremamente racional.
O ministro Marco Aurélio de Mello também considerou a possibilidade de a sessão passar da próxima segunda-feira. Para ele, é possível até que a sessão prossiga na quarta-feira, já que na terça há sessão das turmas do STF. O importante é marcharmos com absoluta segurança, sem açodamento.
Ele destacou que as discussões são importantes para que se chegue com maior segurança ao resultado. Temos que admitir que após o voto em certo bloco poderemos ter, como já tivemos ontem, discussões no plenário. E as discussões são profícuas, são salutares.
Segundo a assessoria do Supremo, o ministro Eros Grau, adiou uma cirurgia a que iria se submeter amanhã em São Paulo, por causa do julgamento. Vou arriscar , para não dizerem que eu fugi disse o ministro, segundo a assessoria do STF.
A assessoria informou ainda que a presidente do tribunal, ministra Ellen Gracie, vai submeter ao plenário novas datas para a continuidade do julgamento.