Os ministros que ao longo desta semana vão deixar o governo para se candidatar nas eleições de outubro próximo estão em campanha faz tempo. A prova está nas agendas, que revelam uma série de frenéticas viagens para as bases eleitorais, e no dinheiro liberado nos últimos 13 meses.
Juntos, sete dos 11 ministros que vão se desincompatibilizar dos cargos aumentaram em 110,6% a liberação de dinheiro dos convênios para os seus Estados de origem nos últimos 13 meses. O ministro Patrus Ananias, do Desenvolvimento Social, chegou a visitar em março 14 cidades em Minas Gerais.
Entre março de 2009 e março de 2010, a liberação de recursos para os Estados dos respectivos ministros, concentrada nos ministérios da Integração Nacional, Agricultura, Transportes, Desenvolvimento Social, Meio Ambiente e Minas e Energia, foi de R$ 282,24 milhões. Essa quantia representa mais que o dobro do que havia sido liberado pelo mesmo grupo de ministérios nos 13 meses anteriores, entre fevereiro de 2008 e fevereiro de 2009.
O levantamento, feito pelo jornal O Estado de S. Paulo no Portal Transparência, do governo federal, levou em conta apenas recursos efetivamente liberados, ou seja, dinheiro entregue, sem contabilizar verbas empenhadas. Também só contabilizou pagamentos de convênios, que influem diretamente na política regional e têm impacto eleitoral porque os aliados dos ministros fazem propaganda ostensiva sobre os “padrinhos” das liberações.