Defendendo-se das acusações de haver manobrado para substituir a direção do fundo de pensão Real Grandeza (dos funcionários das estatais Furnas e Eletronuclear) por interesses políticos, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, divulgou uma nota informando que teria partido dele a iniciativa de mandar adiar a reunião do conselho que promoveria a mudança, marcada para quinta-feira passada.
A versão anterior é que a ordem teria partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – que teria, assim, desautorizado o ministro. A nota informa também que a intenção era nomear para a direção do fundo funcionários de carreira de Furnas “com larga experiência administrativa e financeira.” No entanto, informado que a troca provocaria reações contrárias da associação dos aposentados e dos sindicatos de funcionários, Lobão teria relatado a situação a Lula e sugerido a suspensão da troca “até o término dos atuais mandatos já prorrogados, que se dará em outubro deste ano”.
O tom da nota é distinto das declarações que o ministro deu ao jornal O Globo na última quarta-feira, quando acusou a atual diretoria da Real Grandeza de haver alterado os estatutos do fundo para prorrogar o próprio mandato por um ano. Ele chamou a manobra de “bandidagem”.