Ministro reconhece que as prefeituras vão sofrer

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, reconheceu ontem a dificuldade de alguns municípios em pagar o novo valor do salário mínimo (R$ 350), acertado anteontem entre o governo e as centrais sindicais. Marinho disse que as prefeituras devem trabalhar agora junto às bancadas no Congresso em duas frentes para reduzir o impacto dos gastos.

Para o ministro, os governos municipais precisam convencer o Congresso de que não há espaço para a definição de um valor mais elevado, compatível com o orçamento da Previdência Social. A outra frente de ação dos prefeitos seria a reforma tributária que, segundo Marinho, já andou bastante no parlamento, mas ainda precisa ser votada no plenário da Câmara.

"Na reforma tributária, tem um item de muito interesse dos prefeitos e prefeitas do país que é o aumento da participação do Fundo dos Municípios de 22,5% para 23,5%, de forma que isso ajuda a resolver, também, essa questão para as prefeituras", avalia o ministro do Trabalho.

Enquanto isso, o líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldman considerou ontem "inusitada" a forma como o reajuste do salário mínimo foi estabelecido, em uma negociação entre o governo e as centrais sindicais. Para o parlamentar, este processo de discussão do novo mínimo deveria ter sido feito entre o executivo e o Congresso Nacional. A depender do governo e das centrais, a partir de abril, o salário mínimo passa de R$ 300 para R$ 350.

"Nessa negociação, o governo federal se colocou como patrão e a CUT e outras centrais como representantes dos trabalhadores. Acho que as centrais também não tiveram, dos trabalhadores e dos que recebem da Previdência Social, a delegação para este tipo de discussão", criticou Goldman. "Esse é um processo de negociação que deve se dar entre o governo e Congresso Nacional, que representa o conjunto da população e representa também os interesses gerais do país", disse ele. 

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