O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, está disposto a prestar depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos para rebater as acusações feitas por Soraya Garcia, ex-funcionária do comitê de campanha do prefeito de Londrina, Nedson Micheleti (PT), reeleito em 2004. Ontem, Bernardo encaminhou uma carta ao presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB), informando que atenderá a qualquer convocação da comissão para apresentar os esclarecimentos que os deputados julgarem necessários.
Bernardo informou que, além de responder a Soraya, que denunciou um esquema de caixa 2 na campanha eleitoral do PT em Londrina, ele vai relatar com detalhes as conversas que manteve com o deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB), durante a campanha eleitoral do ano passado. Bernardo disse que foi procurado pelo deputado tucano para tratar do seu apoio à candidatura de Micheleti. Hauly havia concorrido à Prefeitura no primeiro turno da eleição e foi acusado pelo PT de Londrina de tentar vender seu apoio a Micheleti.
Bernardo disse que resolveu formalizar sua posição à presidência da comissão depois que o senador Antero Paes de Barros apresentou requerimento propondo sua convocação na reunião de anteontem. Bernardo já havia declarado que compareceria à CPI, em seguida ao depoimento de Soraya Garcia na quarta-feira da semana passada (8). A ex-colaboradora da campanha do prefeito de Londrina disse que o ministro era um dos integrantes do primeiro escalão do governo Lula que teriam participado de um esquema para esconder da Justiça Eleitoral os recursos arrecadados para a campanha.
Bernardo pediu ao presidente da CPI que seu depoimento, se a comissão resolver convocá-lo, não seja marcado para esta semana. Ele justificou que tem vários compromissos oficiais fora de Brasília e que não poderão ser desmarcados.
