Elza Fiuza/ABr
José Eduardo Cardozo foi questionado sobre a PEC 37.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta terça-feira (07) que é “fundamental” que o Ministério Público e delegados de polícia “pactuem um entendimento institucional”.

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O comentário foi feito pelo ministro ao ser questionado sobre a PEC 37, Proposta de Emenda à Constituição que retira do Ministério Público o poder de conduzir investigações criminais.

Conforme informou nesta terça-feira o jornal O Estado de S.Paulo, as principais lideranças da advocacia no País estão divididas sobre a proposta. A emenda exclui o Ministério Público das investigações de âmbito criminal, conferindo a missão à Polícia Federal e às polícias estaduais.

“Acredito que é fundamental que Ministério Público e delegados de polícia pactuem um entendimento institucional, não é possível hoje nós convivermos com uma guerra institucional entre dois órgãos tão importantes para o enfrentamento da criminalidade”, afirmou o ministro, após participar de cerimônia de lançamento da Doutrina Nacional de Inteligência Penitenciária.

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“A sociedade quer investigação, investigação exige integração, integração exige que as pessoas abram mão muitas vezes de certas questões corporativas para chegar àquilo que é melhor para a sociedade. Esse é um esforço que o Ministério da Justiça está fazendo, precisamos combater a criminalidade, o crime organizado, reduzir a violência no País, e para isso Ministério Público e delegados têm de estar juntos”, prosseguiu Cardozo.

Doutrina

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O objetivo da Doutrina Nacional de Inteligência Penitenciária, lançada nesta terça, é subsidiar o planejamento de políticas públicas, difundir procedimentos e tornar a inteligência penitenciária um instrumento de combate ao crime organizado dentro e fora dos presídios – o conteúdo do documento, classificado como reservado, foi revelado pelo jornal O Estado de S.Paulo no dia 29 de abril.

“É fundamental quando se fala de combater organizações criminosas, a questão da inteligência na área de segurança pública. A troca de informações, o conhecimento, isso permite ações articuladas, permite antecipar atos criminosos, inteligência penitenciária é peça-chave. É um trabalho pioneiro. Normatização, isso vai permitir a inteligência de todos os Estados na área carcerária terem mais integração, eficiência e obviamente maior possibilidade de enfrentar ao crime organizado”, afirmou o ministro.

O documento – classificado como reservado, o que o deixará escondido por cinco anos – prevê técnicas de disfarce para agentes e medidas como a intercepção postal de correspondências.