O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, se negou hoje a comentar as denúncias sobre o uso de avião providenciado por um líder de ONG que mantém contratos com a pasta. A recusa ocorreu durante entrevista à imprensa sobre os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados mais cedo pelo ministério. Depois de falar por cerca de 20 minutos sobre os números do emprego no País, o ministro fugiu de perguntas sobre a crise política. “Não vou falar sobre crise (política), eu tenho que trabalhar. Hoje só falo sobre Caged”, disse.
A única resposta sobre questionamentos relativos à situação política foi em relação à promessa feita por ele de enviar ao Congresso a prestação de contas da ONG Pró-Cerrado. Durante audiência, ontem, no Senado, a senadora Kátia Abreu (PSD-TO) afirmou que o voo feito pelo ministro com o diretor da ONG está na prestação de contas da entidade. Diferente do que havia dito ontem, de que enviaria o documento imediatamente, Lupi afirmou hoje que precisará “respeitar formalidades”. Por isso, só vai encaminhar o material na segunda-feira.
Questionado sobre a demora em responder a um pedido de informações de Kátia Abreu sobre o tema, o ministro desafiou a senadora a apresentar o protocolo do ofício. Segundo ela, esse documento foi protocolado em setembro. “Gostaria que ela apresentasse o protocolo”, rebateu Lupi.
O ministro deixou a sala da entrevista sob diversos questionamentos a respeito da crise, sem responder a nenhum. Repetia apenas “Caged, Caged, Caged” ao deixar a sala da entrevista, escoltado por assessores.