Ministro Bernardo irrita integrantes da CPMI dos Correios

A iniciativa do ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, de criticar os procedimentos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) nos Bingos quando da convocação da ex-assessora financeira do PT de Londrina (PR) Soraya Garcia, irritou os integrantes da CPI. Citado por Soraya como um dos envolvidos no esquema de arrecadar dinheiro para o caixa dois do prefeito Nedson Micheletti, Bernardo disse que estranhou o fato de a CPI ter marcado o depoimento dela no dia seguinte à aprovação do requerimento de convocação. "Parece que já estava tudo acertado, inclusive as passagens compradas", afirmou. Entre outras denúncias, a ex-assessora do PT disse que, dos R$ 6,5 milhões arrecadados em Londrina, em 2004, apenas R$ 1,228 milhão foi declarado à Justiça Eleitoral.

O presidente da comissão, senador Efraim Morais (PFL-PB) disse que não aceita interferência de outros Poderes. "A agenda da convocação é da competência dos parlamentares que compõe a CPI e do presidente, de acordo com o relator. Logo, não aceito interferência de outros poderes", argumentou. Para o relator, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), o ministro mostrou desconhecimento sobre o funcionamento das CPIs. "Ele deveria saber que a comissão é soberana para proceder da maneira que achar mais conveniente no seu trabalho."

O líder do PFL, senador José Agripino (RN), disse que Bernardo teria conseguido impedir o depoimento de Soraya se o PT não tivesse obtido uma liminar na Justiça Eleitoral impedindo o prosseguimento das investigações para apurar o esquema do caixa dois em Londrina. "O ministro deveria, sim, explicar por que o seu partido tomou a iniciativa de bloquear a apuração", defendeu No depoimento, Soraya disse que o advogado do PT João Gomes Santos Filho obteve há cinco meses a paralisação das investigação, sem que haja até agora data para a votação do mérito da liminar.

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