A nova ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, disse que não há “solução mágica” para erradicar a extrema pobreza no País e anunciou para breve o reajuste dos benefícios do Bolsa Família. “O reajuste sai logo, estamos terminando os estudos”, disse a ministra, que só aceitou o convite da presidente Dilma Rousseff (PT) depois de submeter a decisão a uma junta médica: Tereza começa na semana que vem tratamento de quimioterapia, após retirar um novo tumor na mama.
Entre as primeiras tarefas no cargo, Tereza está encarregada de definir detalhes de um plano de erradicação da pobreza extrema no país, principal promessa de campanha da presidente Dilma. “Não haverá solução mágica nem um único caminho”, adiantou. O plano apresentará uma contabilidade oficial dos brasileiros miseráveis. Os números variam de acordo com o valor usado para definir a pobreza e a pobreza extrema. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fala em 13,5 milhões de miseráveis, mas usa um valor diferente daquele que dá acesso ao Bolsa Família. O programa considera extremamente pobres as famílias com renda mensal de até R$ 70 por pessoa.
O reajuste do valor do benefício é parte da estratégia de erradicação da pobreza extrema. Desde meados de 2009, o Bolsa Família paga entre R$ 22 e R$ 200 mensais. A ajuda não foi suficiente para que 5,3 milhões de famílias beneficiárias superassem a extrema pobreza. Mais de 40% dos beneficiários do Bolsa Família ainda são miseráveis. Para reduzir o porcentual de extrema pobreza no programa, o governo estuda reajuste do benefício acima inflação acumulada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de cerca de 9%, conforme adiantou o jornal O Estado de S. Paulo.
No discurso, Tereza Campello destacou que a erradicação da pobreza extrema é “crível e possível”, mas exigirá “inovação” do governo. O discurso apontou pelo menos uma grande diferença na visão sobre o Bolsa Família, ao definir como principal desafio do programa a “inclusão produtiva”.