O promotor de Justiça Maurício Lopes, acusador de Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca, ingressou ontem com dois mandados de segurança perante o Tribunal Regional Eleitoral (TRE). O promotor requereu anulação da audiência realizada na última quinta-feira, quando Tiririca, palhaço eleito deputado pelo PR com 1,3 milhão de votos, foi submetido a um teste de escrita e leitura.
Em um mandado, o promotor aponta “diversas nulidades” e pede a intimação da “esposa do acusado” para que ela diga como foi redigida a declaração de Tiririca à Justiça, anexada ao registro de candidatura, em que ele afirmou ser alfabetizado. No outro, questiona a competência do juiz eleitoral de primeiro grau (Aloísio Silveira) que fez a audiência.
Além da intimação da mulher de Tiririca, o promotor pede novo depoimento de uma testemunha de defesa “sobre pontos controvertidos do laudo apresentado e que foram indeferidas pelo juiz”. O promotor suspeita que Tiririca cometeu crime de falsidade ideológica – acredita que não foi o palhaço quem redigiu, de punho próprio, a declaração ao TRE. “Não é crime ser ou não analfabeto, mas falsificar material ou ideologicamente documento nesse sentido”, assinala o promotor.
O advogado Ricardo Vita Porto, que defende Tiririca, diz que seu cliente é alfabetizado. Ele rechaça a acusação de falsidade ideológica.