O Ministério Público do Estado do Rio busca nos documentos apreendidos na Operação Pecado Capital, desencadeada no Rio na terça-feira (15), provas de que recursos da Saúde foram desviados para campanhas políticas em 2006. Essa é a principal suspeita dos promotores envolvidos na investigação.

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Naquele ano, denúncias sobre ONGs contratadas pelo governo do Rio que tinham dirigentes em comum com empresas doadoras da pré-campanha de Anthony Garotinho (PMDB) à Presidência levaram o ex-governador a uma greve de fome. A investigação do Ministério Público tem duas vertentes: a criminal e a cível. Garotinho e a mulher dele, a ex-governadora Rosinha Matheus, foram denunciados no processo cível porque seriam responsáveis pela contratação de ONGs pela Secretaria de Estado da Saúde que resultaram no desvio de mais de R$ 60 milhões no primeiro semestre de 2006.

Um decreto editado por Rosinha no seu primeiro dia de governo determinava que todos os convênios estaduais com ONGs só poderiam ser firmados com "a expressa aprovação" da governadora. Subcontratadas pela Fundação Pro-Cefet, as ONGs Projeto Filipenses e Alternativa Social contrataram outras pequenas ONGs a maior parte de fachada, propiciando o saque de altas quantias na boca do caixa.

Entre os presos preventivamente que continuam na cadeia estão dois secretários da gestão de Rosinha: Gilson Cantarino, da Saúde, e do Trabalho, Marco Antônio Lucidi, que é ligado à Pro-Cefet. Rosinha e Garotinho não quiseram dar entrevistas. "Conheço bem Rosinha e sei que ela jamais permitiria qualquer uma das práticas que estão sendo imputadas a pessoas que colaboraram nos nossos governos", disse Garotinho em seu blog.

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