Ministério Público denuncia cinco vereadores no Paraná

A prisão do vereador Henrique Barros, do PMDB de Londrina, na última quinta-feira, fez com que a investigação por crime de concussão fosse estendida a outros quatro vereadores do município. Além de extorsão cometida por agentes públicos, eles também são acusados, pelo Ministério Público de Londrina (MP), de formação de quadrilha. A denúncia contra os cinco políticos foi protocolada, ontem, na 3.ª Vara Criminal, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do órgão. Os denunciados são Henrique Barros e Osvaldo Bergamin Sobrinho (PMDB), Orlando Bonilha Soares Proença (PR), Renato Araújo (PP) e Flávio Vedoato (PSC).

Como divulgado pelo MP, ?a ação relata fatos ocorridos entre o segundo semestre de 2007 e o início de 2008, que demonstrariam que os vereadores utilizavam seus cargos públicos para exigir vantagens econômicas indevidas de pessoas, interessadas na aprovação de leis municipais?. Segundo a ação, uma das empresas que teria sido extorquida é ?de engenharia interessada na aprovação de um condomínio residencial, que, para construir, precisava que houvesse mudanças nos parâmetros construtivos para a região?.

O projeto teria sido aprovado no último mês de dezembro, ?após o pagamento, em espécie, de R$ 12 mil aos vereadores?. Uma empresa de materiais de construção e um comerciante também teriam sido vítimas. ?A empresa teve de pagar para conseguir a doação de um terreno, para ampliar os negócios. O projeto teria sido aprovado, também em dezembro, depois da exigência de R$ 30 mil (pagos em espécie e cheques da empresa)?, como traz a nota do MP.

De acordo com as investigações do órgão, o valor do cheque seria exatamente a quantia encontrada com Barros. ?No dia seguinte à troca do cheque, em 10 de janeiro de 2008, Henrique Barros foi preso com um maço de dinheiro que continha R$ 4,9 mil?, divulgou o MP. A terceira vítima, o comerciante citado na ação, queria que o projeto para ampliar o horário de funcionamento fosse aprovado. ?O projeto foi apresentado por um dos vereadores, não foi aprovado, mas um substitutivo foi aprovado em 20 de dezembro. Foram exigidos do comerciante R$ 20 mil, pagos duas parcelas de R$ 5 mil, em espécie. Imediatamente após receber o dinheiro exigido, Henrique Barros foi preso?, como divulgou o MP.

De férias no litoral, o vereador Flávio Vedoato falou que ficou sabendo das acusações e da denúncia do MP por telefone. Ele disse que desconhece qualquer esquema de exigência de vantagens e extorsão. ?Ao meu ver essas denúncias são muito esquisitas, pois não cita o nome de ninguém que tenha sido extorquido. Porém, me coloco a disposição da promotoria, da delegacia e do juiz?, afirmou o político. Ele disse que deve retornar a Londrina no próximo final de semana.

A equipe de O Estado tentou entrar em contato com os outros quatro vereadores acusados, mas estes não foram encontrados.

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