O Ministério Público do Trabalho de Santa Catarina (MPT-SC) ajuizou ação civil pública cobrando R$ 25 milhões em indenizações contra a rede Havan, acusada de intimidar funcionários a votar no então candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL). Além de pagamento de danos morais coletivos, o Ministério Público também exige indenização de R$ 5 mil a cada um dos funcionários da rede. O montante pode chegar a R$ 75 milhões.
Segundo a Procuradoria, o empresário Luciano Hang, dono da Havan, teria declarado diversas vezes que fecharia milhares de postos de trabalho caso Bolsonaro perdesse as eleições.
Além disso, o Ministério Público do Trabalho alega ter provas de que foram realizadas campanhas internas de teor político-partidário. Em um dos casos, o funcionário não teria acesso ao sistema da empresa enquanto não respondesse uma pesquisa sobre em quem iria votar nas eleições.
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Durante as eleições, a Havan foi alvo de decisão liminar da 7ª Vara do Trabalho de Florianópolis, que determinou a imediata suspensão de qualquer forma de intimidação ou campanha partidária com o objetivo de coagir funcionários a votarem em determinado candidato.
“A mera formulação de pesquisas de cunho eleitoral já invade a intimidade e a privacidade dos empregados, pois o voto é secreto e deve-se garantir que a pessoa não queria se manifestar a respeito”, afirmou o juiz Carlos Alberto de Castro, em liminar concedida em 3 de outubro. “A situação se agrava quando, posteriormente a este fato, coloca-se em xeque o emprego de todos os 15 mil empregados”
No último dia 30 de outubro, após a vitória de Bolsonaro no segundo turno, Hang anunciou nas redes sociais que investiria R$ 500 milhões na abertura de 20 lojas da Havan no País.
“Se o PT tivesse ganhado, eu estaria aqui anunciando o congelamento dos investimentos”, disse o empresário, durante o vídeo transmitido nas redes sociais.
A reportagem está buscando contato com a rede Havan e com o empresário Luciano Hang. O espaço está aberto para as manifestações.
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