Mínimo é o novo desafio para Requião

No intervalo da apreciação da Emenda 40, que proíbe o nepotismo e que somente entrará em votação, provavelmente, depois da Páscoa, a bancada governista vai partir para a ofensiva a partir desta semana e pressionar pela votação da mensagem do governador Roberto Requião (PMDB), que implanta o novo salário mínimo estadual, que varia entre R$ 427 e R$ 437. A discussão do projeto irá opor, mais uma vez, o Palácio Iguaçu e o presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), que não admite votar a proposta tão cedo.

O governador já avisou à sua base que não abre mão de aprovar o novo piso estadual. Por sua vez, a liderança do governo quer inserir na pauta da Assembléia uma matéria que considera de mais apelo popular do que o nepotismo, com o argumento de que enquanto os deputados se dedicam a discutir um tema da moda, está sendo deixado de lado um projeto que beneficiaria quase 400 mil trabalhadores. "Num país de miseráveis como esse, dois reais a mais na conta de alguém faz uma diferença enorme", afirmou um dos interlocutores do governador, acrescentando que a crítica de que o novo piso pode causar desemprego esmorece diante dos resultados da gestão de Requião. Conforme o Palácio Iguaçu, a política fiscal de Requião criou 280 mil empregos em três anos, contra 39 mil vagas abertas em oito anos de governo Lerner.

Mas o presidente da Assembléia Legislativa já avisou que, antes de dar a ordem para a votação do projeto em plenário, não abre mão de ouvir um punhado de entidades ligadas a trabalhadores e empresários. "Vou chamar a CUT, a Força Sindical, a Fiep, a Ocepar e outros segmentos. Quero ouvir todos sobre o assunto", afirmou Brandão que, já no dia da entrega da mensagem por Requião, afirmou que tinha dúvidas se o novo mínimo poderia ser suportado por pequenas e médias empresas. E estava ao lado de Requião, quando o governador disse que os trabalhadores é que não suportam mais um mínimo tão baixo, já que o valor nacional é de R$ 350.

Brandão disse que, antes da Páscoa, não haverá condição para votar a matéria em plenário. E que não pretende criar um debate entre as entidades, mas oferecer a cada uma a oportunidade de expressar sua oposição. "Quero saber se concordam ou não", afirmou o deputado tucano que, na semana passada, já teve arranhada suas boas relações com o governador, após o embate sobre a Emenda 40, de autoria do deputado Tadeu Veneri (PT) e assinada por outros 25 deputados. O segundo a assinar foi Brandão.

O presidente da Assembléia observou que, algumas empresas do setor agropecuário estão dispensando trabalhadores por conta dos efeitos da gripe aviária que afetou as exportações. "O mercado interno absorve no máximo 30% da produção de frango. Temos uma crise e não podemos resolver a questão do novo mínimo, assim no afogadilho. Temos que ir com calma, principalmente no momento de muitas demissões", argumentou.

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