A vitória de Jair Bolsonaro (PSL), capitão da reserva do Exército Brasileiro, devolveu o poder do Brasil aos militares. Desta vez, pelo voto direto. Bolsonaro prometeu durante a campanha que terá generais no primeiro escalão de seu governo. Todos da reserva, como ele.
O destaque nesse gabinete verde-oliva é seu vice, o general Hamilton Mourão, que não era o favorito do presidente eleito para compor a chapa. Mourão ganhou notoriedade após declarações polêmicas ainda na ativa. Criticou a então presidente Dilma Rousseff e disse que o presidente Michel Temer transformou o Palácio do Planalto num “balcão de negócios” para se salvar das duas acusações do Ministério Público feitas no ano passado.
Mourão fez declarações que desagradaram o presidente durante a campanha, como defender o “autogolpe”, mostrou-se favorável ao fim do 13º salário e de uma Constituição elaborada sem a participação do Congresso Nacional.
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Outro general, com mais poder que Mourão junto ao presidente, Augusto Heleno já foi anunciado como ministro da Defesa. Talvez tenha um papel superior a esse. Ele foi o coordenador-general do grupo que traçou diretrizes do novo governo, que se reuniu no subsolo de um hotel em Brasília. O general Heleno era o militar preferido de Bolsonaro para ser vice na chapa. O real “número 2” desejado pelo presidente era o senador Magno Malta (PR-ES), que preferiu tentar a reeleição no seu estado. E perdeu. Heleno já comandou as tropas da missão no Haiti e tendo acesso aos oficiais da ativa.
O general Oswaldo Ferreira também está nessa linha de frente. É responsável pela área de infraestrutura na equipe e deve assumir o Ministério dos Transportes, ou o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes, o cobiçado Dnit. Na ativa, ele coordenou o Departamento de Engenharia e Construção do Exército.
Outro general da reserva, Alessio Ribeiro Souto cuida da área de educação e ciência e tecnologia. Faz parte desse grupo técnico e já deu declarações defendendo o ensino de Moral e Cívica nas escolas e da revisão nos livros escolares das referência ao golpe de 1964, tratado por esses militares como uma revolução que evitou a adoção do comunismo no Brasil. Alessio já coordenou o Centro Tecnológico do Exército, entre 2006 a 2009.
Bolsonaro ainda não definiu como irá aproveitar todos esses antigos oficiais em seu governo, mas terão um lugar de destaque nas suas áreas específicas.