A Polícia Federal (PF) pretende submeter o militar reformado uruguaio Manuel Juan Cordero Piacentini a uma perícia médica para saber se ele está em condições de ser transportado de ambulância para a Argentina. Acusado participar da Operação Condor, responsável pela perseguição e desaparecimento de opositores dos regimes militares que imperavam no sul do continente nos anos 70, Cordero teve sua extradição autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em agosto do ano passado.
A Justiça argentina pediu a extradição para julgá-lo por crimes de violações de direitos humanos. Na terça-feira, quando os agentes federais foram à sua residência em Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, com missão de transportá-lo até Uruguaiana, na fronteira argentina, onde seria entregue à Interpol, Cordero alegou um mal súbito, devido provavelmente a problemas cardíacos. Foi então levado a um hospital da cidade, para exames.
Até ontem seu médico particular, cardiologista Leandro Tholozan, não havia autorizado a viagem. Foi sugerida ainda a possibilidade de Cordero seguir para Porto Alegre, para realizar exames mais sofisticados. O acusado ficou conhecido pela alcunha de Coronel Cordero. Nos documentos oficiais, porém, se apresenta como major.