Pelo menos 500 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam parte das ruas de Curitiba na manhã desta segunda-feira, em marcha de aproximadamente três quilômetros ao prédio da Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), onde entregaram uma pauta de reivindicações.
Os militantes pretendem ficar na capital paranaense até sexta-feira, período em que terão reuniões com várias entidades e secretarias estaduais. Os principais pedidos ainda são por terras e melhorias nos assentamentos.
As reivindicações não são novas e têm sido apresentadas todos os anos durante a Jornada de Lutas e Negociações que os sem-terra realizam no mês de abril. “Não houve muito avanço”, lamentou a porta-voz do movimento no Paraná, Salete Mariani.
Os sem-terra pedem mais agilidade do Incra para o assentamento de seis mil famílias acampadas no Estado, além de assistência técnica e investimentos nos setores de educação, cultura, saúde e habitação.
“A ideia é mobilizar o nosso povo para fazer as cobranças”, reforçou Salete. “A reforma agrária tem que avançar.” Entre os pedidos a serem apresentados ao governo estadual e ao Ministério da Educação está o de construção de 16 colégios de ensino médio. “A demanda que temos fundamenta o pedido”, disse um dos líderes do movimento Roberto Baggio. Atualmente, há 14 colégios atendendo os sem-terra. “São mais de 30 mil jovens”, acentuou Baggio.
Durante a semana, os sem-terra ficarão abrigados no Ginásio do Tarumã, cedido pelo governo do Estado. Eles devem fazer novas manifestações pelas ruas da cidade. Para a manhã de terça-feira, está previsto o fechamento de algumas rodovias.