A futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro, desembarcou em Itacuruçá (RJ) carregando o cachorro da família e vestindo uma camiseta com a frase: “Se começar nesse tom comigo, a gente vai ter problema”. A estampa referência a uma frase dita pela juíza Gabriela Hardt ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante o primeiro depoimento prestado por ele à Justiça de Curitiba – depois Sérgio Moro aceitou assumir o Ministério da Justiça e da Segurança Pública do futuro governo.
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Michele e as duas filhas estão voltando para o Rio de carro, depois de passar o Natal com o presidente eleito na Ilha da Marambaia, uma área de treinamento da Marinha, na Baía de Ilha Grande. A escolta com quatro carros saiu de Itacuruçá por volta das 10h40.
Bolsonaro permanece na ilha fluminense até quinta-feira, 27, acompanhado do vereador Carlos Bolsonaro, que chegou com ele no sábado, dia 21. Mais cedo, de acordo com a assessoria, um helicóptero seguiu para a ilha levando outro de seus quatro filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro.
Incomodados
A família tem demonstrando incômodo com a cobertura da imprensa. Desde quarta-feira, dia 25, Carlos, que costuma atuar como porta-voz informal nas redes sociais, publicou uma série de tweets reclamando da exploração na mídia de imagens que estão sendo divulgadas por seus próprios assessores.
“Sempre foi assim! Tentam a todo o custo desconstruí-lo como se estivesse forçando uma imagem. Digo tranquilamente: ou vivem em uma bolha ou são simplesmente canalhas!”, publicou nesta quarta ao lado de uma foto de Bolsonaro sentado no chão do cais da ilha.
Nos quatro dias na Marambaia, local usado pelos últimos quatro presidentes da República para férias, a assessoria de Bolsonaro divulgou fotos do presidente eleito lavando roupas, conversando com moradores e visitantes da ilha e até participando de uma cerimônia informal de promoção de um oficial da Marinha. A rotina do restante da família na ilha não foi informada.
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Por outro lado, a última entrevista de Bolsonaro aconteceu há dez dias. Foi em um domingo, quando saiu para tomar coco, quando voltou a dizer que “pagaria”, caso o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificasse alguma coisa errada nas transações do ex-assessor Fabrício Queiroz. Ele não falou com jornalistas diretamente em nenhum dos eventos recentes em que participou, como a reunião com futuros ministros.
Desde que as notícias sobre o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre movimentações atípicas de Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, vazaram – inclusive sobre depósitos de R$ 24 mil na conta da futura primeira dama, a família Bolsonaro aumentou ainda mais as restrições a contatos com jornalistas. Na Marambaia, o limite de aproximação da imprensa da ilha é de dois quilômetros. Após o retorno de Bolsonaro nesta quinta, a previsão é que a família viaje para Brasília no sábado, dia 29 de dezembro.
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