Micheleti demite toda a diretoria do Sercomtel

O prefeito de Londrina, Nedson Micheleti (PT), pediu ontem os cargos de cinco diretores do Sercomtel (o Serviço de Telecomunicações de Londrina). Nedson justificou a decisão pelo fato de relatório produzido pelo Tribunal de Contas do Paraná – solicitado pelo governador Roberto Requião (PMDB) – ter apurado irregularidades em contrato de publicidade feito pela empresa.

“Apesar de serem falhas administrativas que serão corrigidas, o episódio acabou ocasionando desgaste político à diretoria”, explicou. “Como a empresa enfrenta enorme concorrência no mercado de telefonia, os diretores não podem sofrer esse desgaste.” Funcionários de carreira da Sercomtel, os diretores foram nomeados pelo próprio prefeito no início da sua gestão, em janeiro de 2001.

Serão afastados do comando da empresa o presidente da Sercomtel, Francisco Roberto Pereira; o diretor de Marketing da Sercomtel Fixa, Adriano do Espirito Santo; o diretor de Engenharia, Hans Muller; o diretor de Engenharia da Sercomtel Celular, Flávio Borsato; e o diretor administrativo-financeiro, Walter Ikeda. Micheleti pediu a Pereira que convoque para terça-feira da próxima semana (dia 30) o Conselho de Administração do Sercomtel, quando os novos diretores serão anunciados. “Passarei este final de semana definindo os novos nomes”, disse o prefeito.

Motivação política

Durante entrevista coletiva à imprensa, no final da tarde de ontem, Francisco Roberto Pereira declarou que “motivações políticas” levaram o prefeito Nedson Micheleti a pedir os cargos. “A diretoria do Sercomtel é um instrumento importante para composições políticas futuras”, comentou ele, que, no entanto, afirmou que não está rompendo com o prefeito. Pereira questionou o fato de o prefeito ter concedido dez dias para a diretoria se defender das acusações e de, no entanto, ter exonerado o grupo um dia depois do início do prazo. O presidente do Sercomtel também considerou estranho o fato de o TC ter rejeitado as contas com base apenas nos números de janeiro a junho desse ano, quando ainda faltavam ser analisadas as contas de 2000, 2001 e 2002.

Ainda em sua defesa, Francisco Pereira disse que jamais faria qualquer coisa para lesar a empresa. “Meu maior patrimônio é minha conduta moral e ética”, disse. Ele afirmou ainda que disse ao prefeito estar preocupado com o risco de que a empresa se torne vulnerável com a saída dos cinco diretores. “Estamos em um momento de muita competividade, implantando novas tecnologias e serviços. As pessoas que estão saindo pertencem a áreas estratégicas. Isso pode prejudicar o Sercomtel”, avaliou.

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