MG retoma obras paralisadas em 56 municípios com recurso polêmico do BB

O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT) assinou nesta segunda-feira, 13, ordens de serviços para a retomada de 52 obras em 56 municípios do Estado. Segundo o secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), Murilo Valadares, essas obras, consideradas prioritárias e que abrangem áreas como Educação, Segurança e, Infraestrutura, foram paralisadas pela gestão anterior, no final do ano passado. Pimentel também assinou decreto instituindo o Plano Geral de Obras no Estado.

Os aportes serão de R$ 463,5 milhões a serem executados neste ano pelos departamentos de Estradas de Rodagem (DER-MG) e de Obras Públicas (DEOP-MG). Eles serão somados a R$ 401 milhões que já haviam sido autorizados no início de maio para recuperação, manutenção e projetos para as estradas estaduais mineiras. A origem dos recursos, porém, é polêmica, e gera discussões entre governo e oposição.

O dinheiro virá de duas linhas de financiamento do Banco do Brasil (PDMG e Proir) que totalizam R$ 1,1 bilhão, contratadas na gestão passada e que ainda não tinham sido depositadas nos cofres do governo mineiro.

O imbróglio entre governo e Banco do Brasil teve início no segundo semestre de 2014, ainda na administração do ex-governador Alberto Pinto Coelho (PP), quando as últimas parcelas, no valor de R$ 453,7 milhões e R$ 625,4 milhões, de dois empréstimos contratados em 2012 e 2013, deixaram de ser depositadas em agosto e algumas obras foram paralisadas. O então governo entrou com uma ação na Justiça para que o valor fosse depositado, mas a ação foi suspensa no começo deste ano pela gestão petista.

“Herdamos um conjunto de obras que estão aí e temos que dar conta delas. Elas foram paralisadas no ano passado por dificuldades financeiras, ou seja lá quais forem, que o governo passado teve. E temos de resolver. O governo é para resolver problemas. Vamos concluí-las e entregá-las ao povo de Minas Gerais”, afirmou o governador, em discurso.

Pimentel disse ainda que, apesar das dificuldades financeiras encontradas pela atual gestão, o governo está fazendo um grande esforço para tirar as obras do papel. “Obra parada é ruim para todo mundo. É ruim para o prefeito, para o governo, e ruim principalmente para o cidadão e a cidadã. Temos de resolver. E como é que resolve? Retomando a obra”, frisou. “Estamos com déficit, com grandes dificuldades, mas isso não significa manter o problema do jeito que está”, completou.

Valadares, da Setop, informou que um grupo de trabalho do governo levantou que são 772 obras estaduais paralisadas até o final de 2014. “Sem falar em cisternas, projetos, obras da Copasa, conjuntos habitacionais da Cohab que estavam concluídos e que não tinham água e esgoto e manutenção de estradas, esse número passa para mais de mil”, ressaltou.

Para o líder da oposição na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Gustavo Valadares (PSDB), se o governo atual não tivesse suspendido a ação contra o Banco do Brasil, as obras já teriam sido retomadas desde janeiro, quando provavelmente os recursos já teriam ficado disponíveis para o Estado. “E outra, teríamos mais R$ 190 milhões das multas previstas na ação. É de se lamentar, ainda mais em um período de crise”, ressaltou.

Ele questionou os números de obras paralisadas divulgados pelo governo. “Se falavam em 500, gastaram milhões em propaganda exaltando isso e agora são 772?”, declarou, ressaltando que vai pedir, novamente, informações detalhadas de quais seriam essas obras.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna