Mesmo afastado da presidência da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), continua dando as cartas sobre as principais decisões da Casa. O peemedebista está diretamente envolvido nas articulações para a escolha do líder do governo de Michel Temer, papel importante para a nova gestão se comunicar com o Legislativo.

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Na disputa não oficial, estão André Moura (PSC-SE) e Rodrigo Maia (DEM-RJ). Apesar de Cunha ser próximo dos dois, Moura é quem deve assumir o cargo. Na noite desta quinta-feira, inclusive, Cunha esteve reunido com alguns líderes partidários na residência oficial da presidência da Câmara, como Jovair Arantes (PTB-GO) e Rogério Rosso (PSD-DF), para definir o tema. Alguns participantes do encontro dizem que agora “só falta André assinar os papéis”.

Alguns parlamentares consideram que esta seria uma forma de Temer “compensar” o grupo de Cunha por não ter sido contemplado por nenhum ministério. “Isso daria mais articulação na Casa para o Cunha e sabemos como ele trabalha”, opinou um deputado. O mesmo valeria para o PSC, que também ficou fora da distribuição das pastas.

Para Rosso, Moura tem um estilo “apaziguador, transita bem entre todos os partidos”. Segundo ele, alguns partidos fizeram, de “forma espontânea” um “manifesto” pelo parlamentar no cargo. Jovair acredita que cerca de 250 deputados apoiam a escolha por Moura, num total de 12 legendas. Seriam elas: PMDB, PTB, PRB, PP, PR, PSD, Solidariedade, PSC, PSL, PROS, PHS e PTdoB.

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“Não vetaríamos ninguém, mas temos essa preferência pelo jeito de Moura. Com a situação atual é preciso um cara bem jeitoso, com boa fluência, bom relacionamento, fácil acesso, e o André tem isso”, disse Jovair. Moura é considerado pelos parlamentares como uma pessoa com “habilidade política”.