A menos de duas semanas das eleições, PSDB e PT aumentaram os ataques no horário eleitoral gratuito e, pela primeira vez, os seus candidatos ao governo de São Paulo tornaram-se interlocutores das críticas, partindo para o confronto direto. Na inserção exibida na TV na noite de hoje (20), o tucano Geraldo Alckmin acusou o adversário de nunca ter feito nada pelo Estado e de querer “destruir” o que está sendo feito. O petista Aloizio Mercadante, por sua vez, disse que o oponente o tem atacado “pelas costas” e o criticou por ter, segundo ele, “fugido” no debate promovido, na quinta-feira (16), pela Rede TV! e pelo jornal “Folha de S. Paulo”. “O candidato Alckmin todo dia fala de mim no programa dele. Mas aqui (no debate) ele não faz nenhuma pergunta”, acusou o petista.

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A peça do PSDB, a primeira veiculada na noite de hoje, já começou em tom elevado. Um locutor questionou a capacidade administrativa do candidato do PT, ao indagar o motivo de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nunca tê-lo nomeado para um ministérios. “Em oito anos de governo, Lula nunca nomeou Mercadante para nenhum ministério”, provocou. “E, se faltou quilometragem para ser ministro, falta mais ainda para ser governador”, acrescentou. A segunda estocada ao adversário veio do próprio tucano, segundo o qual os ataques ao governo do PSDB à frente do Palácio dos Bandeirantes vêm de pessoas que “faltaram bem na hora que São Paulo precisou”, referindo-se a ausências de Mercadante em sessões do Senado Federal que aprovaram empréstimos para São Paulo.

As críticas à atuação do petista no Congresso Nacional também ocuparam os jingles da propaganda. “Alckmin não falta no serviço e faz a obra aparecer.” E também na opinião de pessoas entrevistadas pela propaganda. “Ele não dorme em serviço”, disse uma eleitora sobre o candidato tucano. As provocações sobre as ausências de Mercadante, exploradas à exaustão pelo PSDB em peças veiculadas anteriormente, também fecharam a inserção do PSDB. A crítica, mais uma vez, referiu-se a discurso do petista de que o esgoto tratado na cidade de Guarulhos chega a 53% do total. “Mercadante diz que Guarulhos tem esgoto tratado. Além de faltar no Senado, ele agora falta com a verdade”, acusou a peça.

A propaganda do PT também já começou com tom provocativo contra o candidato do PSDB. Um ator disse que tem a impressão de que já tinha visto os mesmos discursos e promessas tucanos em algum lugar. Em seguida, foram mostradas imagens da campanha de 2002 ao governo de São Paulo, na qual Alckmin era candidato à reeleição. “A mesma coisa. Ele fala sempre a mesma coisa”, disse o locutor. “Se ele promete, é porque não cumpriu.”

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Durante a peça, um jingle resumiu as críticas. “Por que não fez? Por que não fez? Se teve chance de fazer?” As provocações seguintes ficaram por conta de Mercadante, que acusou o adversário de atacá-lo “pelas costas” e convidou os eleitores a assistirem o debate de hoje (20) à noite, promovido pela Rede Record. “Diferente da propaganda, no debate não tem truque.”

Sentado numa mesa de jantar, em que pratos eram servidos, o candidato do PSB, Paulo Skaf, disse não achar justa a cobrança de 15% de impostos sobre os produtos da cesta básica e prometeu extinguir esse tipo de tributo, caso eleito. “Quero acabar de vez com o imposto sobre os produtos da cesta básica.”

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Fábio Feldmann, do PV, defendeu políticas públicas mais enérgicas no combate aos efeitos do aquecimento global. “Na verdade, vivemos um caos climático”, afirmou. “Precisamos adotar medidas para reverter essa situação de risco.”

O candidato Celso Russomanno, do PP, voltou a exibir cenas de pessoas em más condições de vida, com a música de fundo “Chega”, de Silvio Brito, que diz “chega de ficar calado, de ver tudo errado e só dizer sim.”

O candidato Mancha, do PSTU, criticou as filas para exames e consultas nos hospitais públicos. Igor Grabois, do PCB, afirmou que os programas habitacionais do governo federal e estadual privilegiam as construtoras em detrimento da população. Anaí Caproni, do PCO, criticou a concessão de estradas e a qualidade do transporte público. E Paulo Bufalo, do PSOL, reclamou dos baixos salários dos professores do Estado.