Integrantes do Sindicato dos Bancários, organização de origem de João Vaccari Neto, estiveram nesta quinta-feira, 25, na reunião da Executiva Nacional do PT para apresentar um documento pedindo a libertação do ex-tesoureiro. O documento, segundo o diretor honorário do Sindicato, Paulo Salvador, contesta todos os argumentos usados para manter Vaccari preso. “O Moro cultivou essa ideia de que comprovando as coisas ele libertaria Vaccari e não o fez”, disse Salvador.
Os bancários disseram que a intenção não era defender a inocência de Vaccari de críticas dentro do PT, mas dar visibilidade aos erros do juiz Sérgio Moro, que conduz as ações penais da Operação Lava Jato. A manutenção da prisão de Vaccari foi chamada por Salvador de “tortura moderna para ver se o cara fala alguma coisa”. “O Moro não soltou porque ele não quis e é político. Juridicamente ele pode responder o processo em liberdade”, disse Salvador.
Segundo Salvador, que também é filiado ao PT, a ideia é que a argumentação em defesa de Vaccari seja formalmente repassada para os diretórios estaduais e zonais do partido. “Vaccari passou por 14 delações premiadas e não existe nenhuma que mostre que ele não agiu formalmente. O máximo é aquela tese do caixa um, da origem do dinheiro”, disse Salvador, citando a alegação de que a propina da Petrobras era repassada ao PT por meio de doações legais.
Salvador estava acompanhado do deputado estadual Luiz Claudio Marcolino, ex-presidente do Sindicato dos Bancários, e atual presidente, Juvândia Moreira Leite. Vaccari presidiu o Sindicato na década de 90.
A defesa de Vaccari ocupou a primeira parte da reunião ordinária da Executiva, que acontece neste momento em São Paulo. Os membros devem decidir a data do próximo encontro do Diretório Nacional, um colegiado de cerca de 80 membros com poder de deliberar sobre o estatuto do partido.