Apesar de ter adiado para março de 2010 uma decisão sobre possível candidatura sua a um cargo eletivo, o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, viveu hoje em Goiânia, ao filiar-se ao PMDB, um dia de candidato.

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O primeiro sinal de que o dia-a-dia da política já fisgou Meirelles foi percebido logo à sua chegada ao aeroporto, onde um batalhão de repórteres e políticos o aguardava. No saguão, ele deu a primeira entrevista do dia. Em seguida, foi de ônibus à sede do partido, no centro.

Ao sair do ônibus, foi recebido com palmas por populares e simpatizantes do PMDB. Ali mesmo, na rua, de terno escuro sob um sol forte, deu a segunda entrevista, conturbada não só por causa do grande número de repórteres, cinegrafistas e curiosos em frente à sede do PMDB, mas também porque o estrondo dos fogos de artifício o obrigava a repetir várias vezes as respostas.

Em clima de comício, Meirelles subiu a um palanque improvisado na garagem da sede do PMDB, ao lado da esposa, Eva, e de políticos de Goiás. Os políticos fizeram discursos enaltecendo as qualidades de Meirelles. Entre outros, estavam presentes os prefeitos de Aparecida de Goiânia (GO), Maguito Vilela, e de Goiânia (GO), Iris Rezende, e a líder do PMDB na Assembleia, deputada Mara Naves.

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O presidente do PMDB, Michel Temer, nome forte do partido para se candidatar a vice-presidente em dobradinha com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, não compareceu.

O calor era tanto na pequena garagem lotada pelos que queriam presenciar o ato de filiação do presidente do BC ao PMDB que, em determinado momento, os óculos de Meirelles chegaram a ficar embaçados. Depois de seu discurso de improviso, feito em exatos 10 minutos, Meirelles foi aplaudido e assinou a ficha de filiação. Nesse momento, ele e os políticos se deram as mãos e as levantaram juntos.

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Férias

Meirelles, por meio de sua assessoria de imprensa, esclareceu que ele deve tirar férias por 15 dias em março, e não se licenciar como disse anteriormente em Goiânia. Neste período, segundo a assessoria, Meirelles poderá reunir-se com políticos, andar pelo País e decidir se anunciará sua candidatura a algum cargo eletivo ainda não definido até o momento.

Caso Meirelles opte por se candidatar, se afastará do cargo na ocasião. Se ele decidir por não concorrer às eleições de 2010 permanecerá à frente do BC até dezembro do próximo ano, como é o desejo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com a assessoria de Meirelles, o termo técnico “licença” foi usado de forma imprecisa pelo presidente. Já as férias são um direito do presidente do BC.