Ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles (MDB) demonstrou otimismo sobre sua candidatura à Presidência da República. “Os indícios apontam que temos boas chances na disputa. Minha candidatura está crescendo e acredito que podemos ganhar, até mesmo no primeiro turno”, afirmou. A declaração foi feita no Fórum Páginas Amarelas, da revista Veja.

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Com desempenho tímido nas pesquisas eleitorais, Meirelles explicou os motivos por traz de tamanho otimismo. “No início, eu tinha menos de 1% das intenções de voto, agora já tenho três. À medida em que as pessoas me conhecem, conhecem o meu histórico e entendem a nossa campanha, crescemos. Se mantivermos este ritmo, podemos chegar”, afirmou, explicando que o patamar atual de suas intenções de voto é oito vezes maior do que nas pesquisas iniciais.

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Questionado se estaria disposto a assumir o Ministério da Fazenda de outro governo, caso não venha a ser eleito presidente da República, Meirelles preferiu não responder. “Não tomo decisões por antecipação. Acredito na minha candidatura”, disse.

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Já em relação à perspectiva de recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF), Meirelles se declarou contrário à medida. “É um imposto regressivo, que diminui a competitividade do País. Ele incide de maneira errática, pessoas pagam sem saber que estão pagando, o que prejudica mais aqueles de menor renda. Isso diminui a produtividade da economia”, disse o economista.

SPC

A proposta do candidato à Presidência Ciro Gomes, que prevê o renegociamento da dívida de 63 milhões de brasileiros com nome sujo no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), foi criticada por Meirelles.

“É uma Proposta claramente irrealista. É uma medida que sinaliza um calote, as pessoas não vão pagar suas dívidas e não vai resolver o problema do endividamento”, declarou.

“O problema das pessoas vai ser resolvido gerando emprego, condições de trabalhar, e a partir daí você pode fazer um sistema de renegociação de dívidas atrasadas que possa viabilizar o pagamento, principalmente com as instituições financeiras”, afirmou Meirelles. “Temos que usar a inteligência, e não empregar frases de efeito”, criticou.

O ex-ministro da Fazenda ainda refutou a comparação recorrente feita por Ciro entre sua proposta e o Refis. “Ciro andou citando refinanciamento de dívidas de empresas com o Fisco, o que beneficiou muito a arrecadação federal, porque trouxe receitas que nunca iriam acontecer. Isso é imposto atrasado”, disse.