O deputado Mauro Moraes (PMDB) admitiu ontem, 13, que deverá retirar as emendas que apresentou ao projeto do governo que concede reposição salarial de 6% aos servidores públicos estaduais.

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“Ou você obedece ou perde o mandato”, disse Moraes, argumentando que está sem saída depois que a bancada do PMDB fechou questão para aprovar a mensagem do governo, sem nenhuma mudança.

Em consulta ao seu advogado, Moraes foi informado que se desrespeitar a decisão da bancada, fica sujeito à perda do mandato. “É cassação líquida e certa, o advogado me disse. Porque o mandato é do partido”, afirmou o deputado, que disse já não se sentir confortável no PMDB, onde exerceu três mandatos de vereador e o atual de deputado. As emendas de Moraes preveem reajuste salarial de 21% para policiais, professores aposentados e polícia científica.

Sem drama

Ciciro Back
Romanelli: ele fica sem nada.

O líder do governo, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), disse que a possibilidade de expulsão do deputado não está sendo cogitada. A punição que Moraes pode sofrer é a destituição de todas as funções que exerce como representante da bancada do PMDB, como por exemplo, a presidência da Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa, que proporciona projeção popular ao peemedebista.

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Mesmo não contando com os votos dos aliados do PT, que também ofereceram emendas ao projeto, Romanelli assegura que consegue maioria para aprovar o texto original do governo na próxima semana.

O projeto deve ser votado em segunda discussão a partir da próxima terça-feira, 19, depois de as emendas receberem parecer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

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Não precisa

Arquivo
Moraes: “Cassação na certa”.

No PMDB, embora o único a apresentar emendas tenha sido Moraes, o deputado Reinhold Stephanes Junior também resolveu criticar o governador Roberto Requião (PMDB) por ter ameaçado cortar da base aliada os deputados que tentarem mudar a proposta de reajuste.

Stephanes disse reconhecer que o Estado não teria condições de arcar com mais despesas na folha de pagamentos, mas condenou a forma como o governador se manifestou sobre os deputados aliados que emendarem o projeto.

“Quem ele pensa que é? Não sou vassalo, nem pelego dele. Se a proposta não for boa, não voto. Neste caso, como já fui secretário de Administração, sei que os 6% estão corretos”, afirmou o deputado que, em outras ocasiões, já votou contra a orientação da liderança, mas desta vez, assinou junto com os demais o fechamento de questão.