Médico de Arruda diz que doença pode evoluir na prisão

O médico Brasil Caiado avaliou hoje que a manutenção do governador cassado José Roberto Arruda (ex-DEM) em prisão na superintendência da Polícia Federal pode contribuir para a evolução da doença coronariana detectada nele. Arruda passou o dia hoje no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (IC-DF), onde foi submetido a um cateterismo e também a um ecocardiografia. Ele passará a noite internado e pode receber alta pela manhã, segundo o médico.

“A gente sabe que o ambiente a que hoje ele está submetido é um ambiente de maior estresse, isso com certeza ajudaria na progressão de uma doença coronária”, afirmou. Brasil Caiado evitou comentar se a orientação médica é transferir Arruda para uma prisão domiciliar, mas ressaltou: “Eu acho que independentemente de qualquer cidadão que seja, que ele tem muito menos estresse em casa do que na carceragem da polícia federal”.

Os advogados de José Roberto Arruda pediram, ontem, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), a sua transferência para prisão domiciliar. Caiado Brasil confirmou que os advogados pediram a ele um laudo sobre o estado de saúde de Arruda. O governador está preso na superintendência da Polícia Federal há pouco mais de um mês, acusado de tentar subornar uma testemunha do “mensalão do DEM”, esquema de corrupção que seria chefiado por ele. Anteontem o Tribunal Regional Eleitoral cassou o mandato de Arruda por infidelidade partidária, mas ainda cabe recurso. Na Câmara Legislativa, ele é alvo de processo de impeachment.

Laudo

Caiado Brasil explicou que a doença coronária é uma doença multifatorial, que pode ser causada por tabagismo, história familiar pregressa, hipertensão arterial, diabetes, excesso de peso, sedentarismo e estresse. Arruda tem diabetes, hipertensão e depressão. Após a realização do cateterismo, esta manhã, os médicos detectaram uma obstrução na artéria coronária do governador em cerca de 50%.

Em um segundo exame, de ecocardiograma, Arruda tomou remédios para simular um estresse cardíaco, e, a partir deste segundo laudo, Caiado Brasil e a equipe médica concluíram que o quadro dele pode ser resolvido com medicação, estando descartada, neste momento, a angioplastia coronária.

Caiado Brasil disse ainda que José Roberto Arruda havia feito exames de rotina há cerca de um ano e meio e que não haviam detectado qualquer alteração no funcionamento do coração do governador, o que o leva a crer que é uma doença “relativamente nova”. “Supomos que esta doença apareceu em um tempo curto. Daqui pra frente tem que ter cuidado especial do governador Arruda, acompanhamento periódico”, disse o médico, que recomendou a Arruda uma dieta especial, exercícios físicos e medicação.

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