Em decisão unânime, a Corte do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE) cassou, ontem, o mandato do deputado estadual Mauro Moraes (PSDB). Eleito pelo PMDB, Moraes trocou de partido em setembro de 2009, alegando sofrer perseguição do PMDB.

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O deputado, que movia um processo pedindo justa causa para a desfiliação, trocou de partido antes do prazo de um ano das eleições de outubro deste ano, para poder concorrer à reeleição pelo PSDB. Moraes pode recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral, mas o recurso não tem efeito suspensivo.

Próximo dos tucanos, Moraes começou causar mal-estar dentro do PMDB por acompanhar Beto Richa (PSDB) na campanha de reeleição para a prefeitura de Curitiba, mesmo o seu partido tendo candidato, Carlos Moreira.

A relação se desgastou ainda mais com a atuação do parlamentar, presidente da Comissão de Segurança da Assembleia, crítica às políticas de Segurança Pública do Estado e à defesa do projeto que extingue a aposentadoria para ex-governadores.

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Ao tomar conhecimento da decisão, Moraes disse que irá acatá-la, assim que a mesa da Assembleia cumpra a decisão do TRE. Moraes disse, no entanto, que já prepara recurso, com pedido de liminar para continuar ou voltar ao cargo. “Vou provar no TSE que houve justa-causa, já que sofri perseguição política, como o afastamento da presidência da Comissão de Segurança”, disse.

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Greca: de volta ao parlamento.

Moraes disse não se arrepender de trocar de partido pois via-se sem legenda para a próxima eleição dentro do PMDB e disse que, mesmo sem mandato, lutará para voltar à Assembleia em 2011, “para mostrar que mandato não se ganha no tapetão, e sim no voto. Vou perder o mandato, mas não a dignidade, vou continuar lutando por segurança e voltar à Assembleia como o deputado mais votado na capital”, avisou.

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O presidente estadual do PMDB, deputado Waldyr Pugliesi, disse que a cassação de Moraes é uma “lição de democracia”. Para Pugliesi, Moraes trocou o PMDB pelo PSDB por puro oportunismo eleitoral.

“As pessoas precisam aprender a respeitar os partidos. Porque os partidos não podem estar submetidos a interesses eleitoreiros de quem quer que seja”, disse o dirigente do PMDB.

Pugliesi espera apenas pela comunicação da cassação à Assembleia Legislativa para convocar o suplente, Rafael Greca, para assumir a vaga. Greca atualmente é presidente da Cohapar (Companhia de Habitação do Paraná).

Moraes é o segundo dos três ex-peemedebistas que sofreram ação movida pelo diretório estadual do partido por infidelidade partidária. Na semana passada, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) cassou o mandato do vereador de Santo Antonio da Platina, Celso Schmidt, que trocou o PMDB pelo PT em outubro do ano passado. O único poupado pela Justiça Eleitoral foi o vice-prefeito de Medianeira, Ricardo Endrigo.