Se a máscara do personagem Guy Fawkes, popularizada pelo filme “V de Vingança”, esteve muito presente nas manifestações anteriores, nos protestos de ontem, o juiz federal Sérgio Moro foi o símbolo mais escolhido. Só em Curitiba, foram colocadas nas ruas 10 mil máscaras em homenagem ao juiz. Diversas pessoas circularam com camisetas ostentando o rosto dele estampado. Moro divulgou nota ontem, em que afirmou considerar “importante que as autoridades eleitas e os partidos ouçam a voz das ruas” e que “não há futuro com a corrupção sistêmica que destrói nossa democracia, nosso bem-estar econômico e nossa dignidade”.

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Governo frágil

De acordo com números divulgados por institutos de pesquisa e Polícia Militar, a manifestação de ontem configurou o maior protesto político já realizados no Brasil. Apesar do governo da presidente Dilma Rousseff ficar mais fragilizado, especialistas não acreditam que ela renuncie. Mesmo assim, lideranças do PMDB e da oposição já sinalizaram que querem fortalecer o processo de impeachment.

O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou pra quarta-feira o julgamento de recursos contra decisão da Corte que alterou o rito do impeachment no Congresso Nacional. A data foi acertada pelo presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, com o relator do caso, ministro Luís Roberto Barroso. Barroso afirmou que o “país tem pressa”, quando questionado sobre o prosseguimento do processo.

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No início da tarde de ontem, integrantes do governo declararam que as manifestações foram “fortes”. A falta de confrontos foi vista com alívio pelo governo petista. No entanto, ministros que conversaram com a presidente disseram que é necessário fazer algo urgente pra escapar do impeachment.