Enquanto o PT tenta administrar uma crise interna sobre a coordenação da campanha do ex-ministro Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo e dirigentes já externam a preocupação com as dificuldades para o nome do petista decolar, a senadora Marta Suplicy (PT-SP), indignada com as pressões do Palácio do Planalto e da cúpula para socorrer o candidato, escancarou nesta quarta a insatisfação com a estratégia de seu partido.

continua após a publicidade

“Haddad tem que gastar sola de sapato”, disse a senadora ao Grupo Estado. “Além disso, as alianças farão diferença. O restante é conhecer os problemas da cidade e conquistar a militância. Ninguém pode substituir e nem fazer isso pelo candidato.”

Marta fez o comentário ao saber que o governo e o PT farão uma força-tarefa para pressioná-la a entrar na campanha e auxiliar Haddad, principalmente na periferia, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo na quarta-feira. Ministros conhecidos em São Paulo, como o titular da Educação, Aloizio Mercadante – que concorreu ao governo paulista em 2010 -, e o da Saúde, Alexandre Padilha -, também serão escalados para agendas.

Depois de ter sido obrigada a desistir da disputa na capital paulista, Marta avaliou que o PT erra novamente ao lhe cobrar ajuda agora, quando deveria procurar aliados, e alfinetou o candidato.

continua após a publicidade

“Não se turbina uma candidatura com desespero, pressões e constrangimento”, escreveu a senadora no Twitter. Sem esconder a mágoa por ter sido excluída da disputa bem antes da entrada do ex-governador José Serra (PSDB) no páreo, a ex-prefeita de São Paulo (2001 a 2004) usou o microblog para dar o seu recado, abrindo uma crise no PT.

“A tese de que qualquer candidato do PT tem assegurado 30% do eleitorado não é totalmente verdadeira. O desafio principal do momento é o de convencimento e costura do mais amplo leque de forças, que seja capaz de derrotar o PSDB em São Paulo”, insistiu Marta no Twitter.

continua após a publicidade

Desde 2000, os candidatos majoritários do PT à Prefeitura tiveram votação de pelo menos 30% – incluindo, além de Marta, José Genoino e Mercadante.

A reação de Marta foi uma resposta a declarações do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, para quem a campanha em São Paulo não pode apostar todas as fichas na presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Carvalho disse ainda que é preciso “colar” Haddad na militância. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.