Após ser alvo nas redes sociais, a candidata da Rede, Marina Silva, disse nesta segunda-feira, 13, esperar que a sociedade denuncie os ataques da forma que puderem. Para ela, se as tentativas de “reeditar a violência”, que sofreu das campanhas adversárias em 2014, continuarem, o País vai para “um poço sem fundo”.
O jornal O Estado de S. Paulo noticiou no domingo que a equipe da presidenciável acionou o Facebook após comentários em sua página que a associavam ao número do candidato do PSL, Jair Bolsonaro.
“A tentativa de reeditar a violência, a intimidação, enfim, a tragédia que nos trouxe para o fundo do poço, e se isso se repetir, vamos para um poço sem fundo”, disse a candidata, após assinar manifesto do Pacto pela Democracia.
“Nós temos o compromisso de fazer uma campanha limpa, democrática, sem fazer o uso de fazer robôs pra fazer difamações (…). Esses ataques, eu espero que sejam denunciados por quem pode denunciar”, completou.
A candidata da Rede assinou hoje o manifesto em defesa da democracia, com o compromisso de realizar reforma política, caso eleita. Questionada sobre se há nomes na disputa que possam pôr em risco a democracia, ela respondeu que “os que têm saudosismo em relação a ditadura, com certeza preocupam, os que fizeram uso do caixa 2 também preocupam”.
“No caso do Brasil, uma das formas de enfraquecer a democracia é a corrupção, a falta de equidade na disputa eleitoral, a falta de mobilidade política dentro das estruturas partidárias”, disse Marina Silva, após assinar o documento.
O documento pontua que o candidato deve “realizar uma ampla reforma política após as eleições, abrindo o caminho para sair da crise melhores do que antes, no rumo reafirmado da construção do país que precisamos”. Não detalha, contudo, quais mudanças devem ser feitas.
Essa já é uma das principais bandeiras de Marina Silva, que defende o fim da reeleição, a restrição do foro privilegiado, mandato de dois anos para o Legislativo e voto distrital misto.
A presidenciável foi a primeira a se comprometer com as diretrizes propostas pelo grupo suprapartidário Pacto pela Democracia, do qual fazem parte movimentos de renovação, como Agora!, do Luciano Huck, o RenovaBR e o Raps. A ONG já conversou com as campanhas de Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL) e a do PT.
“A ideia é que isso seja uma agenda compartilhada. A gente precisa conseguir fazer uma reforma legítima para valer”, disse José Marcelo Zacchi, um dos coordenadores do Pacto. Eles querem que o presidente eleito já convoque consulta pública no Congresso, em novembro, para que a próxima legislatura já comece com essa agenda.
O manifesto do Pacto defende ainda o “diálogo e da tolerância”, eleições limpas, e reafirma o “repúdio pleno a todas as formas de discriminação e violência na ação política”. O evento ocorreu depois da sabatina da ONG Todos Pela Educação, na sede da entidade.
A educadora e acionista do Banco Itaú, Neca Setubal, esteve presente no encontro desta tarde. “Completamente afastada” da campanha, como ela já disse à reportagem, Neca disse que não chegou junto de Marina e que veio para o evento do Todos e do Pacto – ela faz parte das duas organizações.