Em um longo discurso, com recados para seus principais oponentes, a candidata à Presidência da República pela Rede, Marina Silva, se apresentou como o “projeto mais preparado” para “unir o Brasil”. Ela falou aos militantes do seu partido na convenção que oficializou sua candidatura neste sábado, 4, em Brasília.
“O povo brasileiro não vai ser substituído por centrões de direita e esquerda. No centro está o povo brasileiro”, disse, arrancando aplausos e gritos de “Brasil para frente, Marina presidente”. Em uma fala de quase 50 minutos, Marina afirmou não ser a dona da verdade e destacou ter o compromisso necessário para governar o Brasil em um momento crítico tanto econômica quanto socialmente.
A candidata rebateu as críticas feitas por adversários de que seu eventual governo não teria viabilidade por ela não ter conseguido realizar alianças com partidos de expressão no Congresso Nacional. A Rede se uniu ao PV, uma sigla com pouca representatividade no País, que tem uma capilaridade bastante limitada.
“Estão dizendo que não temos viabilidade mesmo quando as pesquisas nos colocam de forma favorável. Mas o que me assusta é não termos a viabilidade porque não substituímos a população pelo centrão, é porque não trocamos o futuro dos brasileiros por tempo de televisão”, disse.
Marina fez referência direta ao candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, que agregou os partidos do chamado centrão (DEM, PP, PR, PSD e Solidariedade) à sua campanha. Para ela, esse tipo de negociação é puramente fisiológica.
Em contrapartida, ela destacou sua aliança com o PV como uma junção programática. “Eu sempre disse que meu vice deveria ter um perfil complementar. É um encontro programático, não é por conveniência, não é por televisão, não é por dinheiro para pagar marqueteiro para enganar os brasileiros como vimos na eleição passada. É uma aliança para ajudar a transformar o Brasil”, disse.
Marina afirmou ainda que as eleições de 2014 foram uma “guerra sem parâmetros e sem ética” em que ela foi atacada em todas as frentes. Ela relembrou a morte de Eduardo Campos, que era candidato à Presidência pelo PSB e Marina era sua vice, e a proibição do registro da Rede Sustentabilidade a tempo da disputa das eleições.
Ao falar das propostas que pretende apresentar, Marina defendeu a realização de três principais reformas: política, tributária e trabalhista. Ela também prometeu não tentar a reeleição e disse que proporá um mandato de cinco anos a partir de 2022.
“Nosso projeto é para um governo de transição. Não queremos um projeto de 20 anos até porque acho que foi aí que muita gente se perdeu. Vamos ficar quatro anos”, disse.