Motivo de polêmica envolvendo gastos irregulares de ministros de Estado, dois anos atrás, o cartão corporativo do governo federal estaria a salvo em um eventual governo da pré-candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva. Foi o que ela garantiu hoje. “As pessoas me perguntam se vou acabar com o cartão corporativo. Não vou”, declarou a pré-candidata, em palestra para professores, alunos e lideranças das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), no Teatro Tuca, da Universidade Pontifícia Católica (PUC) em São Paulo.
Para Marina, a má utilização de uma ferramenta não justifica sua eliminação. O necessário nos casos que envolvem o manuseio e gastos dos recursos públicos é transparência. “Temos que fazer do cartão corporativo uma espécie de Big Brother para que toda a sociedade possa fiscalizar”, disse a pré-candidata do PV, numa analogia com o reality show da TV Globo.
“O que é uma tapioca? Na minha terra, o que mais tem é tapioca e eu dou umas tapiocas de graça”, disse em alusão ao ministro dos Esportes do governo Lula, Orlando Silva, provocando risos na plateia. Em depoimento à CPI dos Cartões Corporativos, em 8 de abril de 2008, o ministro disse que o uso do cartão do governo para pagar a tapioca de R$ 8,30 foi por “engano”.
BC
Marina reiterou a defesa da autonomia do Banco Central nas decisões de política monetária. No entanto, deixou claro que se opõe a uma forma mais institucionalizada, nos moldes da Argentina. “O piloto tem que ter autonomia no voo do avião”, comparou.
O tripé macroeconômico – câmbio flutuante, metas inflacionárias e superávit primário -, que na avaliação de Marina garante a estabilidade da economia, seria mantido em um governo do PV, disse a senadora, ressalvando, contudo, que isso “não é um dogma”.