Em café da manhã com mulheres na zona sul de São Paulo, a candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, condenou o clima de “já ganhou” dos petistas e pediu para que os eleitores levem a eleição presidencial para o segundo turno.

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No evento promovido por Neca Setúbal, uma das coordenadoras do plano de governo do PV, a candidata defendeu a discussão dos projetos de interesse do País e disse que manterá o ritmo mesmo que as pesquisas indiquem “traço” de intenção de votos. “Não sou de brigar com pesquisa”, disse Marina. Ela ressaltou que continuará trabalhando para chegar ao segundo turno, independente das pesquisas.

Marina criticou também a tese do voto útil para que algum candidato defina a corrida presidencial já em 3 de outubro, abreviando a disputa. “Não existe voto útil, existe é voto inútil”, afirmou. Para um grupo de aproximadamente 50 mulheres, a maioria educadoras, Marina defendeu o investimento em educação como forma de promover a igualdade de oportunidades para os jovens. “Precisamos fazer com que as oportunidades sejam uma regra”.

A candidata disse que cabe ao Estado mudar a perspectiva da sociedade, e que projetos estratégicos, como os da área de educação, devem ser debatidos pelos candidatos em dois turnos, “sem pressa”. “A gente não pode pensar duas vezes? Para quê a pressa? A pressa é inimiga da perfeição e da democracia”, avaliou.

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Marina voltou a elogiar a competência de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), mas disse que este é o momento de mostrar as diferenças entre a candidatura verde e as de seus adversários. “A diferença está nas nossas visões”, reiterou.

Estratégia

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No momento em que sua campanha muda a estratégia de comunicação para avançar nas pesquisas de intenção de voto, a candidata disse contar com a força “da torcida” para levar o jogo para o “segundo tempo”.

Marina rechaçou a ideia de “mundo perfeito” que, segundo ela, estaria sendo mostrada pelos seus adversários. “Estão pintando um mundo cor-de-rosa e um mundo azul para os brasileiros: ficará azul se votar em um e rosa se votar em outro”, disse.

A candidata negou a possibilidade de usar um tom mais agressivo contra seus adversários e afirmou que as mudanças na campanha fazem parte do processo eleitoral, que é “conjuntural e estrutural”. Marina disse que a metáfora do “mundo cor-de-rosa e mundo azul” não é uma provocação. “Isso não é ataque pessoal, é uma constatação”, justificou. “Continuo a mesma pessoa respeitosa”.