A candidata da Rede à Presidência da República, Marina Silva, disse nesta terça-feira, 11, que não considera a queda de cinco pontos na pesquisa do Datafolha de intenção de voto um “balde de água fria” em sua campanha. “Pesquisa é o retrato de um momento. As candidaturas têm que fazer o debate, apresentar suas propostas, e continuo fazendo meu trabalho. Ontem (segunda-feira) estive na Bahia, e fui muito bem recebida. Na Bahia estou em primeiro lugar. Quando as pesquisas se colocavam favoráveis, eu dizia a mesma coisa. Não dá para saber se é (balde de água) fria ou quente”, afirmou Marina, ao participar de uma sabatina no jornal “O Globo”, no Rio.
A pesquisa do Datafolha divulgada na segunda-feira, 10, mostrou que Marina passou dos 16% do levantamento anterior, de 21 de agosto, para 11%. Foi o primeiro levantamento do instituto desde que a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso pela Lava Jato, foi rejeitada pela Justiça Eleitoral, e também desde que o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, foi esfaqueado. Na sondagem do Datafolha, Bolsonaro passou de 22% para 24%. Ciro Gomes (PDT) subiu de 10% para 13%. Geraldo Alckmin (PSDB) apareceu com 10%; Fernando Haddad (PT), com 9%.
A pesquisa Datafolha tem margem de erro de dois pontos porcentuais e nível de confiança de 95%. Foram ouvidos 2.804 eleitores nesta segunda-feira, 30, em 197 municípios de todas as regiões do País. A pesquisa foi registrada no TSE sob o protocolo BR-02376/2018. O levantamento foi encomendado pela TV Globo e pelo jornal “Folha de S.Paulo”.
Ao responder a uma pergunta sobre a falta de alianças em torno de seu nome, e o prejuízo disso para a campanha, Marina disse: “A questão do tempo de TV tem um peso. Algumas candidaturas têm um tempo enorme. Agora, não fazer as alianças é uma escolha que tem a ver com a coerência. Quero ganhar ganhando, não perdendo. Não dá pra dizer ‘vou ser intolerante com a corrupção’ e ter 500 anos de Lava Jato no palanque. Os que criaram o problema não vão resolver o problema. Essa é minha jornada desde 2010. Precisamos quebrar a polarização. Vou continuar apostando na postura do brasileiro, que quer mudança. Não acho que não seja competitiva. É a única esperança de mudar o Brasil de fato.”
Ao falar da dificuldade de conquistar o eleitorado feminino, afirmou que seu discurso ainda não chegou a todas as mulheres. “Quando eu dialogo com elas, sinto um acolhimento enorme. É importante que cada vez mais as mulheres saibam que estou comprometida com a educação de qualidade, que devemos ter educação de tempo integral, para a mãe trabalhar e estudar, que tenhamos cobertura de creche de zero a quatro anos, e que 50% das nossas crianças possam ser alcançadas”, disse.