A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, disse hoje que, durante os dois dias de encontros com investidores e empresários em Nova York, uma das preocupações apresentadas é sobre suas propostas para o ambiente de negócios no Brasil e investimentos, além de sua posição em relação à autonomia do Banco Central e à política macroeconômica atual. A ex-ministra do Meio Ambiente tem dito que defende a manutenção da autonomia do BC e dos pilares atuais da economia de câmbio flutuante, meta de inflação e responsabilidade fiscal, além do acúmulo de reservas internacionais.

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“As preocupações são de natureza geral, sobre ambiente de negócios, especialmente voltado à infraestrutura e meio ambiente. Outra questão foi se concordávamos com autonomia do Banco Central e com os instrumentos de política macroeconômica que vêm sendo implementados nos últimos 16 anos”, afirmou ela durante entrevista coletiva a jornalistas após o encontro com cerca de 200 investidores, analistas e empresários em Nova York, promovido pela BM&FBovespa.

Segundo Marina, sua equipe de governo tem preocupação em evitar o superaquecimento da economia. “Essa questão vem sendo levantada internamente pela nossa equipe. Muito mais pelo sentido de que não podemos ter superaquecimento da economia e precisamos ter o cuidado para que os investimentos sejam duradouros”, disse.

Marina veio a NY acompanhada do seu vice, Guilherme Leal, e pelo economista Eduardo Giannetti, um dos elaboradores do seu programa de governo. Em todas as vezes durante conversas com jornalistas em que houve alguma pergunta sobre juros, Marina passou a palavra a Giannetti. Segundo ele, o Brasil tem uma das taxas de juros mais altas do planeta e o Banco Central acaba tendo um papel “ingrato” num contexto de muito crescimento e gastos fiscais. “Para evitar que a economia dê passo maior do que a perna, o BC tem que manter os juros elevados”, disse o economista.

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Giannetti afirmou que é preciso reduzir os juros, mas que a plataforma de Marina “não tem meta quantitativa” sobre qual seria o patamar ideal. “É uma questão de calibragem”, afirmou. Ele disse ainda que é necessário que seja feita no Brasil uma reforma fiscal para manter o gasto público sob controle.