A candidata à Presidência Marina Silva (PSB) disse nesta sexta-feira que está sendo perseguida pelo PT e pelo PSDB por causa do seu crescimento nas pesquisas de intenção de voto. Em entrevista à CBN, Marina disse que seus adversários vivem “situação de quase desespero” e que a atitude da campanha da presidente Dilma Rousseff, de abrir investigação sobre a renda que obteve com palestras nos últimos anos, é uma tentativa de criar “factoides”. “É um factoide criado pela campanha da presidente Dilma”, afirmou Marina.

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“Sempre foi uma demanda espontânea, nunca tive tabela (de preços) para as minhas palestras”, disse a candidata ao alegar que já fez palestras por R$ 1 mil. Segundo Marina, depois de ter deixado o cargo de ministra do Meio Ambiente no governo Lula, ela passou a trabalhar com o que sabe, que é a “defesa do desenvolvimento sustentável”.

“Está acontecendo uma atitude lamentável, uma verdadeira perseguição. Estão vasculhando a minha vida em todos os lugares”, disse a candidata, que defendeu seu direito a ter uma atividade profissional. A candidata disse que eventuais diferenças de valores se devem ao registro de receita bruta e líquida que ela obteve com os eventos e que não é correta a afirmação de que sua atividade como palestrante tenha sido usada indevidamente em relação à campanha presidencial.

Marina também lamentou a crítica do candidato tucano Aécio Neves, de que ela muda de opinião ao sabor do momento. Citou o exemplo da temática de soja transgênica, que tem sido colocada por adversários. Segundo a candidata, ela sempre defendeu um modelo de coexistência entre o plantio da soja transgênica e da soja convencional. “Lamentavelmente, (no passado, quando ministra) eu não tinha tanta audiência como tenho agora.” A candidata do PSB repetiu que defende o debate, não o embate, e que respeita seus adversários, apesar das acusações colocadas por eles. “Aécio e Dilma fazem uma frente contra mim”, afirmou. Mas disse que os brasileiros são inteligentes e sabem interpretar os discursos colocados.

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Licenças

A presidenciável também defendeu sua gestão à frente do ministério do Meio Ambiente e disse que não pode ser responsabilizada por obras que estão atrasadas atualmente. Ela afirmou que, quando deixou o Ministério, em 2008, deixou apenas oito licenças de grandes obras de hidrelétricas pendentes, sendo que quando assumiu o ministério eram 40 que precisavam de licenciamento ambiental. “Saímos de 150 licenças na época do (ex-presidente) Fernando Henrique para mais de 200 licenças por ano”, afirmou. “Como que uma pessoa sem partido, sem mandato, que vive do seu trabalho, pode ser responsabilizada por tudo que não está sendo feito?”, questionou.

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Sobre energia hidrelétrica, Marina disse ser favorável à exploração de diferentes modalidades, de acordo com a potencialidade de cada bacia hidrográfica – desde o modelo convencional de grandes reservatórios, ao modelo de fio d’água e de PCH (Pequena Central Hidrelétrica). Segundo a candidata, hoje a gestão desses modelos não é feita adequadamente. “Há falta de visão estratégica. Quando não tem chuva, o que não é culpa de ninguém, a gente fica na dependência das térmicas”, disse ao lembrar também que parte da energia eólica gerada no País não está sendo aproveitada por falta de linhões para levar a energia dos ventos ao sistema.