A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, disse hoje que, caso eleita, o projeto de construção de um trem-bala ligando São Paulo ao Rio de Janeiro pode ser revisto. Ela deu a declaração durante sabatina promovida nesta manhã pelo jornal O Estado de S. Paulo. A candidata argumentou que os recursos empregados no projeto poderiam ser revertidos para a educação, dobrando o orçamento do setor em um ano. Marina disse que o projeto do trem-bala só seria mantido se houvesse recursos sobrando.
“Com o (recurso do) trem-bala daria para dobrar os recursos do Ministério da Educação. É uma questão de prioridade, tem que ver se tem os recursos”, afirmou. “Entre o trem-bala e a educação de qualidade, eu vou ficar com a educação de qualidade.”
Embora defenda investimento em novas alternativas energéticas, Marina admitiu que, como presidente, não poderia abrir mão do uso do petróleo. Por isso, segundo ela, é importante que o governo federal invista na exploração da camada do pré-sal. Para a candidata, é preciso que o projeto de exploração seja viável e feito com tecnologia que “minimize ao máximo” os riscos ambientais.
Marina colocou em dúvida a viabilidade do projeto da usina de Belo Monte, já que, na opinião dela, ele não atenderia aos pré-requisitos ambientais e sociais. “Não dá para continuar fazendo como sempre fizemos, deixando as questões ambientais e sociais como externalidades ao empreendimento. O projeto tem que ter viabilidade técnica, econômica, social e ambiental. O questionamento a Belo Monte é porque falta a viabilidade social e ambiental”, declarou.
A candidata do PV questionou ainda a capacidade de planejamento estratégico do atual governo. “Estivemos sob ameaça de apagão nos oito anos de governo Lula (do presidente Luiz Inácio Lula da Silva). Será que é planejamento mesmo ficar com a espada no pescoço?”, criticou.