A senadora e pré-candidata à Presidência da República pelo PV, Marina Silva (AC), disse hoje, durante encontro com empresários na Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) “é uma colagem de demandas, sem levar em conta um planejamento estratégico”.

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Ela disse que algumas obras são necessárias, mas questionou, além da falta de uma visão integrada das regiões envolvidas, a ênfase ao transporte rodoviário, por causa das altas emissões de gás de efeito estufa pelos veículos. As hidrovias, diz ela, são alternativas, mas é preciso levar em conta as licenças ambientais. A senadora afirmou que o transporte ferroviário no Brasil é um “consenso oco”, pois todos concordam que é mais barato e tem menor impacto ambiental, mas faltam investimentos.

Marina Silva reforçou que, mesmo candidata, continua contra a construção da BR 319, que ligará Porto Velho (RO) a Manaus. Ela afirmou que discorda do argumento de que os 400 km da rodovia não afetarão a floresta e apenas contribuirão para que as pessoas possam fazer o trajeto de carro. “Como serão gastos bilhões de reais, é melhor usar este dinheiro pra custear passagens de avião, que é mais rápido”.

Acompanhada do empresário Guilherme Leal, copresidente do conselho de administração da Natura e provável candidato à vice em sua chapa, Marina Silva proferiu uma palestra para empresários na Fiemt sobre “políticas ambientais e suas consequências”, na qual defendeu uma política de incentivo às atividades econômicas de baixo carbono. Ele citou como exemplo o agronegócio, “que tem condições de transitar para a economia do Século 21”.

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Em relação aos embates que teve com o setor o empresarial mato-grossense, principalmente do segmento florestal, quando ocupava o cargo de ministra do Meio Ambiente, Marina Silva disse que apenas combateu as ilegalidades e que hoje muitos reconhecem que a iniciativa permitiu “separar o joio do trigo”, pois tornou viáveis os empreendimentos que fazem manejo florestal e certificação.

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A senadora afirmou que considera legítimas as demandas pela reforma agrária e que as manifestações são aceitas, “desde que não extrapolem as regras constitucionais”. Segundo ela, o Brasil não fez a reforma agrária como outros países e por isso existe um movimento contra o represamento do acesso à terra para quem nela trabalha. Ela disse ser favorável às pressões, democraticamente, desde que não extrapolem as regras constitucionais. “As pressões do MST são tão legítimas como as dos empresários do agronegócio, quando pedem redução da dívida e perdão dos juros.”