Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
Marina Silva diz que crítica devem ser feitas pelas ações.

A ex-ministra Marina Silva afirmou nesta quarta (15), em entrevista à Rádio Jornal, no Recife, que o pastor e deputado federal (PSC-SP), Marcos Feliciano, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, deve ser criticado pelas suas posições políticas e pela sua falta de preparo, mas não por ser evangélico.

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“É um erro criticar Feliciano por ser evangélico, não devemos combater preconceito com outro preconceito”, afirmou, ao defender que as críticas devem ser feitas pelas ações e atitudes das pessoas, “não porque se é ateu, evangélico, católico, espírita, judeu”. “Não devemos fazer esse debate dessa forma”, reiterou, exemplificando com ela própria: “O despreparo da Marina é porque ela está despreparada e não porque é evangélica”.

Como Feliciano, Marina também integra a Assembleia de Deus. O pastor considera o homossexualismo uma doença e prega a “cura gay”. Marina já havia defendido sua posição na noite de terça-feira, 14, quando falou a estudantes da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).

Ela mostrou seu desagrado com a condução do debate em torno da legalização do aborto e homossexualismo e afirmou que Feliciano estava “sendo hostilizado mais por ser evangélico do que por suas declarações equivocadas”.

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Marina defendeu que não se deve misturar religião e política. Lembrou que o estado laico é uma conquista e que as pessoas devem ser respeitadas independentemente da sua crença.

Governo Dilma

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Questionada sobre o governo Dilma, a ex-ministra avaliou que “até agora é o governo do retrocesso na agenda ambiental, sem uma marca”. “É no governo da presidente Dilma que se retirou as competências do Ibama para fiscalizar desmatamento, é no governo da presidente Dilma que se aprovou uma lei para anistiar quem desmatou ilegalmente 40 milhões de hectares, é no governo dela que se mudou o Código Florestal, é no governo dela que se deu poderes a ela para diminuir as unidades de conservação já criadas pelos outros governos”, afirmou.

Marina observou que a presidente Dilma ainda tem tempo para fazer sua própria marca e torce para que ela faça um bom governo. “Fernando Henrique Cardoso foi a pessoa que ajudou a estabilizar a economia, o Lula na redistribuição de renda e justiça social, mas a presidente Dilma ainda não tem uma marca.”

Em cruzada pela viabilidade da criação do partido Rede Sustentabilidade, Marina chegou ao Recife na terça, 14, quando teve encontro com o governador Eduardo Campos (PSB), que assinou a petição pela criação do partido. Hoje, quarta, foi a vez do arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, engrossar o número de assinaturas pró-Rede.