Em debate realizado hoje em Brasília com alunos da rede de colégios Marista, a candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, defendeu a regulamentação pelo governo da propaganda de cervejas e o aumento dos impostos sobre o produto e as bebidas alcoólicas em geral. O tema é polêmico porque atinge um produto cujo mercado e segmento publicitário movimentam milhões de reais. Além disso, a maior multinacional de cerveja, a Ambev, tem sede no Brasil.

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“O que foi feito em relação ao fumo pode e deve ser feito em relação à bebida alcoólica. O alcoólatra é um doente que adoece a família”, afirmou a candidata. Ela fez a afirmação ao responder à pergunta de alunos do colégio Marista em Natal (RN), que questionaram, por videoconferência, o mal de tomar “uma cervejinha”.

Ela defendeu que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) regulamente a propaganda de cervejas e bebidas alcoólicas em geral, para que sejam veiculadas somente altas horas da noite. Ela também defendeu a promoção de campanhas educativas e o aumento de impostos sobre esses produtos, enfatizando que o uso de bebida alcoólica e cigarros representa grave problema de saúde pública no País.

PAC

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Ainda no debate, Marina voltou a criticar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), carro-chefe da campanha da candidata do PT, Dilma Rousseff. As críticas foram feitas em resposta a uma pergunta de alunos do colégio em Palmas, no Tocantins. Segundo eles, apesar das promessas do governo, as obras da Ferrovia Norte-Sul – principal empreendimento do PAC no Tocantins – frustraram as expectativas de novos postos de trabalho na região.

Segundo Marina Silva, o problema é que o PAC não seria um “programa de infraestrutura”, mas apenas um “gerenciamento de obras feitas de forma desordenada”. Para ela, um verdadeiro programa de infraestrutura tem de ter visão estratégica e levar em conta as necessidades de desenvolvimento econômico e social da região.

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Segurança e educação

Num debate dominado por temas de interesse da juventude, Marina falou sobre o combate ao crack e a necessidade de reforma da segurança pública. Ela se declarou favorável às cotas nas universidades públicas, ainda que de forma temporária, por uma questão de “justiça histórica” com negros e índios. E se disse contrária à redução da maioridade penal.

Segundo a direção da rede de colégios Marista, participaram do debate com a presidenciável cerca de sete mil estudantes da 9ª série e do ensino médio, presencialmente e por videoconferência. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que os eleitores entre 16 a 24 anos representam quase 19% do eleitorado nacional.