Marina: conversas informais com PSOL devem continuar

A senadora Marina Silva (PV-AC), pré-candidata à Presidência da República, disse ontem que mesmo sem conseguir viabilizar uma aliança com o PSOL os dois partidos devem continuar conversando informalmente. Além disso, o PV apoiará a candidatura da presidente do PSOL, Heloísa Helena, ao Senado. Marina citou que havia “um desejo muito forte” dela e de Heloísa Helena para confirmar a aliança, mas também afirmou que os dois partidos sabiam das dificuldades para obter o acordo.

Conforme a pré-candidata, PV e PSOL têm diferenças de visão ideológica e programática. “Era um processo de diálogo que nós sabíamos que era muito difícil”, constatou. “O fato de não ter aliança formal não significa que informalmente não vamos continuar conversando.” O PSOL decidiu lançar candidato próprio ao Palácio do Planalto. Heloísa Helena defendia apoio a Marina, mas sem aliança por causa da opção do PV de se unir ao PSDB em alguns Estados.

Como o PV tem pouco tempo de televisão, a senadora considerou que a chance de obter um desempenho adequado na eleição é “preservar as conquistas de 16 anos (numa referência aos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso), apontar novos rumos e não ficarmos presos a uma disputa entre passados”. Questionada sobre que marcas do governo Lula poderá destacar na campanha presidencial, Marina respondeu que tem ressaltado o que é consenso na sociedade brasileira, que são as conquistas sociais.

Fernando Henrique

Ao mesmo tempo, ela defendeu a preservação de conquistas do governo Fernando Henrique Cardoso. “É assim que se faz a grande política”, justificou. “Você não precisa ter a insegurança de negar as conquistas para poder se autoafirmar”, disse Marina, em entrevista.

Sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), uma plataforma da potencial adversária petista, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, Marina comentou que ele é um programa de gestão, mas suas obras são pulverizadas. A senadora participou ontem em São Leopoldo, a 30 quilômetros da capital gaúcha, de painel com o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, em atividade paralela ao Fórum Social Mundial Grande Porto Alegre.

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