Marina: caso Erenice pode abalar campanha de Dilma

A decisão da ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, em entregar o cargo em caráter irrevogável foi vista como “no mínimo bom senso” pela candidata à Presidência pelo PV, Marina Silva, que comentou o assunto durante visita a um comitê do partido no centro de Montes Claros, no norte de Minas Gerais, na tarde de hoje. Segundo Marina, o caso pode abalar o projeto petista de eleger sua candidata, Dilma Rousseff, no primeiro turno.

“É o primeiro bom resultado. Aguardava por isso desde o início dos fatos e que bom que ele veio agora para mostrar quem realmente são as pessoas que aparecem pedindo votos. Só espero que essa saída não se traduza no fim da investigação de uma denúncia das mais graves na política deste País, principalmente em um período eleitoral cuja situação é absolutamente nebulosa”, completou a candidata.

A presidenciável do PV tratou de elogiar a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), pela manifestação a favor de uma investigação mais apurada das denúncias de lobby envolvendo a agora ex-ministra Erenice, assim como o posicionamento do Ministério Público (MP) em cobrar um efeito prático. “Espero que, com este caso, de uma vez por todas, o Brasil se normalize para um debate que atenda ao interesse exclusivo do eleitor. As eleições de hoje estão sequestradas”, disse.

Marina reiterou que os adversários melhores colocados nas pesquisas fazem uma campanha de baixo nível, dando prioridade apenas ao ataque pessoal e ignorando o eleitor. “Esse cenário mostra um retrocesso político, mas não me rendo a isso. Vou continuar debatendo o meu programa de governo”, disse a candidata do PV, que acredita que sua candidatura sofrerá um efeito positivo a partir desta decisão da ex-titular da Casa Civil.

“Não vou perder tempo de ficar citando o nome da Dilma ou do Serra (José Serra, presidenciável do PSDB). Vou usar as minhas palavras para mostrar ao eleitor as propostas que realmente interessam ao Brasil.”

Onda verde

Ainda em Montes Claros, Marina deixou a entender que os números das pesquisas, em especial a divulgada hoje pelo Datafolha, em que aparece em terceiro lugar com 11% das intenções de voto, e a realidade no corpo a corpo nas ruas estão bem diferentes. “Vejo é uma onda verde, bem além do que está sendo mostrando nas TVs”.

Por causa do atraso de duas horas na agenda entre Varginha, no sul de Minas, e o norte do Estado, Marina teve que suspender a visita que faria à Usina de Biodiesel da Petrobras em Montes Claros. Resumiu seus compromissos ao comitê e a uma caminhada pelas ruas do centro da cidade, visitando o tradicional Café Galo, por onde passaram os outros candidatos com agenda no município.

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