Marina acredita que chegará ao segundo turno

A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, disse, ontem, em Curitiba, que pode superar José Serra (PSDB) e chegar ao segundo turno das eleições contra Dilma Rousseff (PT).

Para ela, a queda de Serra nas pesquisas de intenção de voto derruba a tese de comparação entre as administrações de PT e PSDB e abre mais espaço para sua candidatura. “As pesquisas mostram que eu estou estabilizada, mas mostram, também, que a sociedade brasileira está desestabilizando aqueles que acham que iam fazer desta eleição um plebiscito”, disse Marina, em caminhada na Vila das Torres ao lado dos candidatos do PV ao governo do Estado, Paulo Salamuni, e ao Senado, Rubens Hering.

Marina lembrou que já atingiu 19% das intenções de voto em Curitiba e acredita que, assim como o curitibano, o restante do Brasil ainda pode aderir a sua campanha.

“Curitiba é uma cidade de vanguarda e, se o curitibano já se identificou com nossa candidatura, é questão de tempo para o restante do Brasil criar essa identidade também”, declarou a ex-ministra do Meio Ambiente, para quem a eleição ainda está “nos 12 minutos do primeiro tempo, com muita bola para rolar”.

A candidata disse que manterá sua estratégia nesta reta final de campanha, pois acredita estar no caminho certo, “falando com o povo, tirando o eleitor do anonimato, apresentando meu projeto e participando dos debates”.

Para Marina, “o que se vê nas ruas é bem diferente do que se vê nas pesquisas”, disse. “Nossa campanha é diferente, com pessoas se mobilizando voluntariamente, abrindo suas casas”.

Marina apelou para o eleitor brasileiro permitir a realização do segundo turno. “Se podemos pensar duas vezes antes de entregarmos o comando do país a quem quer que seja, porque vamos abrir mão desse direito? O primeiro turno é para se votar com o coração, no candidato que você realmente acredita, com quem se identifica. É para votar em quem você quer, e não em quem querem que você vote. Nossa campanha está aí, sem fazer oposição por oposição. Propondo a sucessão respeitosa das conquistas, mas sem complacência com os erros, como o descaso com o meio ambiente e os 40% de estudantes que não chegam à oitava série”, disse a candidata do PV.

Questionada sobre se sua posição de convocar um plebiscito para decidir sobre a legalização do aborto não seria uma foram de transferir responsabilidade, Marina disse que tem posição, mas que acha que a questão merece consulta popular.

“O plebiscito está previsto na Constituição. Esse tema é bastante complexo, envolve questões em que os representantes não podem substituir os representados. Eu tenho posição, sou contrária, não é uma estratégia de conveniência”, afirmou.

Marina comentou as novas denuncias de obtenção, por pessoas ligadas ao governo, de informações sigilosas a respeito de membros da oposição. “O que se faz numa campanha é prenúncio do que pode acontecer se essas pessoas assumirem o poder. É um ato ilícito, completamente rechaçado por nossa campanha”, disse.

Após visitar Curitiba, onde, antes da caminhada na Vila das Torres participou de café da manhã com os candidatos do PV e concedeu entrevista à Rede Bandeirantes, Marina passou a tarde em agenda de campanha em Maringá, noroeste do Estado.

Daniel Caron
Marina Silva faz caminha em Curitiba. Apelo ao eleitor brasileiro para permitir a realização do segundo turno.

Candidata cita Requião em entrevista

Antes de caminhar com os candidatos na Vila Torres, a candidata do PV à presidência concedeu entrevista à Rede Bandeirantes de Televisão. Ao ser questionada sobre a governabilidade, Marina disse que, se eleita presidente, g,ostaria de contar com o apoio de todos os partidos que têm afinidade com seu programa de governo, citando o ex-governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), como um dos nomes que gostaria de ter em sua base de apoio no Senado.

Em Maringá, Marina visitou a Apae Rural e a Cocamar. A candidata inaugurou mais uma Casa de Marina no município do Noroeste, No município, no Jardim Alvorada (zona norte da cidade), com a presença de representantes da Cooperativa de Mulheres que trabalham com reciclagem de lixo. Do Paraná, Marina partiu para Belo Horizonte, em Minas Gerais.