O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza foi transferido nesta quarta-feira (28), para a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.
É nesta unidade que ele deverá cumprir a pena de 37 anos, cinco meses e seis dias de prisão a que foi condenado por sua participação no esquema do mensalão.
Valério desembarcou no fim da manhã no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, também na Grande BH, escoltado por agentes da Polícia Federal (PF).
Ele foi levado em uma viatura do Comando de Operações Penitenciárias Especiais (Cope) da Superintendência de Administração Prisional (Suapi) de Minas para a sede da Superintendência da PF em Minas, no bairro Gutierrez, região oeste da capital. Em seguida, foi submetido a exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML), de onde seguiu para o presídio.
Ao chegar à Nelson Hungria, Valério passou por revista, foi informado sobre os procedimentos e normas internos, passou por entrevistas de assistência social e psicologia e recebeu o uniforme usado por todos os presos, composto de calça e camisa vermelhas e chinelos. Ele ficará em uma cela de seis metros quadrados, com cama de alvenaria, vaso sanitário, chuveiro e pia para higiene pessoal.
A assessoria da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) afirmou que, por questão de segurança, não será revelado em qual dos 17 pavilhões da unidade Valério ficará preso, mas confirmou que será no mesmo bloco em que estão os ex-dirigentes do extinto Banco Rural Vinícius Samarane e José Roberto Salgado.
Os dois também foram condenados no ano passado por envolvimento no mensalão a penas de oito anos e nove meses de prisão e 16 anos e oito meses de prisão, respectivamente, ambas em regime fechado.
Até a manhã de hoje, Valério estava cumprindo sua pena por corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas no Complexo da Papuda, em Brasília (DF), mas na semana passada teve o pedido de transferência acatado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa.
O objetivo, segundo a defesa do empresário, é permitir que ele cumpra a pena próximo à família. Valério havia sido condenado inicialmente a 40 anos e quatro meses de prisão, mas ele foi absolvido da acusação de formação de quadrilha em fevereiro passado e a pena foi reduzida.
No ano passado, foi instaurado procedimento para apurar informação de que haveria plano de extorsão contra o empresário na Penitenciária Nelson Hungria, mas a denúncia não foi comprovada.
O empresário já foi vítima de extorsão e agressões de detentos quando esteve encarcerado na Penitenciária Doutor José Augusto César Salgado, em Tremembé (SP), entre o fim de 2008 e início de 2009 por causa de processo sobre extorsão, fraudes fiscais e corrupção. Ele chegou a ter dentes quebrados, além de ter sofrido cortes feitos por estiletes.