O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, disse nesta terça-feira, 26, esperar que o seu nome não esteja incluído na lista da Receita Federal de contribuintes alvo de investigação por indícios de irregularidades tributárias, mas assegurou que não tem nada a esconder do órgão.
O comentário do ministro foi feito um dia depois de o Estadão/Broadcast revelar que a Receita incluiu a advogada Roberta Maria Rangel, mulher do ministro Dias Toffoli, presidente do STF, e a ministra Isabel Gallotti, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), entre contribuintes alvo de investigação por indícios de irregularidades tributárias. É a mesma apuração que também atingiu o ministro do STF Gilmar Mendes e sua mulher, Guiomar Feitosa.
“Espero que o meu (nome) não esteja”, disse Marco Aurélio a jornalistas, ao chegar para a sessão da Primeira Turma nesta tarde. “Não tenho nada a esconder”, completou.
Reação
Conforme informou o Estado no domingo, 24, o vazamento de dados sobre uma investigação tributária envolvendo Gilmar gerou um movimento entre congressistas e ministros do Supremo Tribunal Federal para discutir um projeto de lei com o objetivo de limitar os poderes de atuação da Receita.
Se concretizada, a mudança poderá causar impacto no modo como o Fisco tem cooperado com grandes investigações de combate à corrupção e lavagem de dinheiro, a exemplo da Operação Lava Jato.
Indagado pelo Estadão/Broadcast se apoia a limitação da atuação da Receita, Marco Aurélio respondeu: “Não, não, não. O vazamento (de informações) é que é ruim.”