O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu nesta quinta-feira, 16, o respeito ao “rito”, quando indagado sobre os prazos para julgamento do registro de candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso e condenado na Lava Jato, à Presidência da República.
Menos de uma hora depois de o pedido de registro de Lula ser definido por sorteio e encaminhado ontem, 15, ao ministro Luís Roberto Barroso, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, apresentou uma impugnação à candidatura do ex-presidente.
Um dos defensores do petista, o advogado Luiz Fernando Casagrande Pereira disse que não tinha visto a PGR ser “tão rápida até hoje”. Nesta quinta, Raquel Dodge pediu que o prazo para resposta de Lula passe a valer desde já.
“Há a necessidade de se observar o rito. É o que eu costumo dizer: paga-se um preço por se viver num Estado democrático – e é módico. Está ao alcance de todos o respeito ao figurino legal”, disse Marco Aurélio Mello a jornalistas, ao chegar para a sessão plenária do STF.
Repercussão
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, evitou nesta quinta-feira rebater as críticas do advogado Luiz Fernando Casagrande Pereira à rapidez com que o Ministério Público Eleitoral (MPE) decidiu contestar a candidatura de Lula.
“O que eu tinha para falar, já falei no processo. Eu continuo falando no processo”, disse Raquel Dodge a jornalistas, ao chegar para a sessão plenária do STF.
Indagada se o estoque de processos do Brasil estaria zerado caso a PGR fosse mais célere nos trabalhos, Raquel Dodge encerrou a conversa: “Obrigada, viu, gente?”.