O ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (PSB) afirmou em entrevista coletiva nesta quinta-feira, 2, que pretende entrar na Justiça para manter sua pré-candidatura ao governo de Minas Gerais, e que não vai apoiar a reeleição de Fernando Pimentel (PT). “É possível uma judicialização. Tudo o que estiver ao nosso alcance para defender a candidatura, nós iremos atuar dentro dessas possibilidades”, declarou Lacerda.
Nesta quarta-feira, 1, PT e PSB firmaram um acordo que prevê uma “troca” de retiradas de pré-candidaturas. Pelo acordo, o PSB abdicaria de lançar Lacerda ao Palácio da Liberdade e o PT desistiria da candidatura de Marília Arraes ao governo de Pernambuco – ela também resiste à decisão do diretório nacional do PT. O trato estabelece ainda que o PSB declare neutralidade na disputa eleitoral pela Presidência da República, o que na prática evitou que os pessebistas formassem aliança com Ciro Gomes (PDT).
Na coletiva desta quinta-feira, Marcio Lacerda afirmou que está em contato com a candidata pernambucana. “Ontem pela manhã eu liguei para ela, mantemos contatos eventuais, e ela me disse ‘Marcio, lute para sobreviver aí, que eu vou em Minas fazer campanha para você. Estou tentando manter a minha candidatura aqui'”, comentou o ex-prefeito de Belo Horizonte.
Lacerda argumentou que para haver a retirada da candidatura é necessário aprovação da executiva nacional do partido, e que o pré-candidato tenha cometido alguma infração.
Mais cedo, o pessebista enviou um áudio a delegados do PSB em Minas, afirmando que manterá sua candidatura ao governo no Estado, em desafio à decisão da Executiva Nacional do partido. Ele pretende levar sua candidatura para a convenção estadual do partido, marcada para este sábado, 4. Para garantir maioria, convocou a presença dos delegados estaduais.
O ex-prefeito de Belo Horizonte declarou que não comunicou sua posição ao presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, e que desafiará a definição do quadro nacional da legenda, de apoiar ao PT. “É um sentimento já expresso em muitas oportunidades pela militância e pelos filiados. É possível que exista um pequeno apoiamento no PSB, mas seria minoritário”, afirmou. Lacerda recebeu a proposta de se candidatar ao Senado na chapa de Pimentel, mas descartou.
Alianças
Lacerda disse que vinha mantendo tratativas adiantadas pela formação de uma coligação com seis partidos. Além do PDT e do PROS, que já haviam anunciado apoio ao pessebista, a aliança incluiria o MDB, PV, PRB e o Podemos. Na coletiva, Lacerda permaneceu ao lado do deputado estadual Fábio Cherem (PDT) e do deputado federal, Jaime Martins (PROS).
Mesmo com a tentativa de intervenção da cúpula nacional, Lacerda afirmou que os dirigentes dos partidos já o procuraram com o intuito de manter o acordo. No entanto, o pessebista entende que o processo pode atrapalhar a manutenção da aliança. “A dificuldade disso (judicialização), é que tornaria, do ponto de vista da formação de coligação, um ambiente frágil e inseguro para outros partidos”. declarou.
Lacerda também estava se aproximando do pré-candidato ao governo mineiro, Rodrigo Pacheco (DEM) e tentava trazer o democrata para a coligação, junto com os partidos que estão na coligação com o deputado federal – PP, Avante, PTC e Patriotas.