O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), teve de desistir de subir ao caminhão de som da Marcha dos Sem nesta quinta-feira, em Porto Alegre. Ao saber que a manifestação havia chegado à praça da Matriz, diante do Palácio Piratini, ele mostrou-se disposto a receber no próprio palanque a carta que os participantes do ato haviam preparado para lhe entregar no gabinete. Mas quando já estava na rua, ouviu de oradores ligados ao PSTU que não havia acordo para abrir o protesto à sua presença e voltou à sua sala de trabalho, onde recebeu o documento de uma comissão, conforme estava na programação original.
Tarso disse compreender que existem diversas correntes de opinião dentro do movimento social, com algumas que participam mais para pressionar do que para dialogar, e considerou que, nesse contexto, a atitude dos oradores foi “natural”. O presidente da Central Única dos Trabalhadores no Estado (CUT/RS), Celso Woyciechowski, afirmou que o diálogo com o governador saiu de acordo com o que estava combinado, sem constrangimentos.
A Marcha dos Sem foi convocada pela CUT e organizações como os movimentos dos Sem-Terra, dos Trabalhadores Desempregados e Via Campesina e reuniu centenas de pessoas que marcharam pelas ruas centrais de Porto Alegre pedindo que o poder público mantenha o piso salarial regional e faça mais investimentos em saúde, desenvolvimento sustentável e na agricultura familiar.