A queda de rendimento eleitoral do PMDB em Curitiba obrigou o vice-presidente municipal do partido, deputado federal Marcelo Almeida, a traçar uma nova estratégia para a construção da base partidária.
Almeida, que diz nunca ter se dedicado à política partidária, atribui o declínio à falta de oxigenação da legenda e, por isso, pretende buscar novos filiados. A preocupação surgiu após análise dos números das quatro últimas eleições municipais.
Depois de ultrapassar os 112 mil votos, recebidos pelo candidato do partido à Prefeitura de Curitiba em 2000, Maurício Requião, o PMDB sofreu duros golpes nas duas últimas eleições municipais: em 2004, quando não lançou candidato para apoiar a candidatura de Ângelo Vanhoni (PT), o partido somou 68.471 votos com seus quatro vereadores eleitos.
Nas eleições de 2008, o partido voltou a ter candidato, mas Carlos Moreira não atingiu 20 mil votos. Os 19.157 votos de Moreira e a eleição de apenas dois vereadores: Algaci Túlio (4.084 votos) e Noêmia Rocha (3.810) ilustram bem a perda de densidade eleitoral do PMDB na capital.
“Fui levantar o que aconteceu com o PMDB nas ultimas quatro eleições municipais e percebi que não há oxigenação dos filiados. Esses números preocupam e mostra que precisamos de novos nomes”, comentou Marcelo Almeida. “Este não é o resultado eleitoral que o maior partido do Brasil deve ter em Curitiba, uma capital importante e que está oferecendo ao PMDB nacional o nome do governador Roberto Requião para disputar a presidência da República. Precisamos fortalecer o PMDB de Curitiba para fazer uma excelente votação para o Requião e uma excelente votação para o Pessuti (Orlando vice-governador e pré-candidato ao governo) em outubro”, acrescentou.
Para tentar resgatar e “oxigenar” o partido na capital, Almeida diz que irá mapear a cidade, os colégios eleitorais, para filiar líderes comunitários, líderes estudantis, pessoas que ainda não tenham ligação com o PMDB.
“Assumi uma coisa que nunca tinha assumido, que é fazer política partidária, coisa que me falta na carreira política. Esse trabalho já dará uma fortalecida na campanha do Pessuti, mas o intuito mais violento é para daqui a três anos, nas eleições municipais”, conta o deputado, que não esconde o desejo de ser candidato a prefeito de Curitiba.
Para Almeida o PMDB de Curitiba precisa mudar, também, o discurso. “Vem minguando (a densidade eleitoral do partido) por falta de debate, de conversa. Curitiba não é mais a cidade que eu fui vereador, mudou bastante e o PMDB perdeu o cheiro do povo. Ficou num discurso mais retórico e esqueceu o mais lógico. Não dá para não deixar de falar dos avanços que a cidade teve nos últimos 12 anos. A gente tem que ir para uma discussão, mas tem que saber debater, saber quais os assuntos que os últimos prefeitos pecaram para explorar isso”, analisou.